Mais de 50% da população angolana apresenta um baixo nível de literacia financeira, fruto da pouca divulgação sobre o assunto, em ambiente escolar, de acordo com o especialista Catarino Kissongo.
Catarino disse que é fundamental incentivar a compreensão sobre temas de natureza financeira, desde cedo. O mesmo defendeu uma urgente intervenção neste sentido, por entender também que a questão da literacia financeira tem um impacto significativo na economia de um país.
O especialista, que define o comportamento financeiro angolano de compulsivo, disse que é preciso adoptar um conjunto de medidas, dentre elas, ressaltou a criação da cultura de poupança, para contornar o cenário actual.
De acordo com o Banco Mundial, o baixo nível de literacia financeira entre a população levou o Governo a elaborar uma Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF) 2025-2027 para inverter a situação.
Apenas 25% da população angolana possui um bom nível de literacia financeira, refere o documento, em consulta pública no período de 31 de Março e 30 de Abril de 2025.
Os baixos níveis de inclusão financeira são também agravados por “diversos condicionalismos estruturais como os baixos níveis de formalidade económica, a falta de acesso a infraestruturas básicas (eletricidade, telecomunicações, água) e elevados níveis de pobreza”.
Compreensão do OGE
E, a secretária de Estado para o Orçamento defendeu, esta segunda-feira, em Luanda, a importância do cidadão compreender o Orçamento Geral do Estado (OGE).
Juciene de Sousa disse que a boa compreensão dessa matéria vai permitir um melhor contributo na cidadania.
A defesa foi apresentada durante a cerimónia de abertura da apresentação do “Orçamento Cidadão 2025”, evento que visa promover uma melhor compreensão do OGE, utilizando uma linguagem acessível.
Segundo a mesma, o Orçamento Cidadão 2025 destaca quatro prioridades estratégicas do Orçamento Geral do Estado como resposta aos desejos mais urgentes dos angolanos , nomeadamente, o aumento do rendimento das famílias, através do aumento do salário mínimo e da ampliação da isenção do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho(IRT).
Orçamento nos Municípios
O sociólogo Pedro Tati alertou para a falta de conhecimento dos cidadãos sobre os Orçamentos do Estado, com maior realce para o Orçamento dos Munícipes.
Esta verba, que representa uma particularidade dentro do Orçamento Geral do Estado, precisa de ser compreendida pelos cidadãos, uma vez que estes têm o poder de decidir sobre a sua aplicação.
Para o sociólogo, o desconhecimento dos munícipes sobre este Orçamento pode comprometer a sua boa canalização, bem como o cumprimento dos objectivos definidos na sua implementação.
Com os olhos voltados para o desenvolvimento dos municípios, Pedro Tati, recomendou às administrações, que tornem pública a existência do Orçamento dos Munícipes, para que haja efectiva colaboração dos cidadãos na sua aplicação.
Ouça as declarações no Jornal da Rádio Correio da Kianda
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