O especialista em relações internacionais Adalberto Malú classificou o conflito no Sudão como complexo, que envolve problemas internos, uma situação que na sua análise tem “mãos invisíveis” de países que têm um certo interesse na actual instabilidade no Sahel.
Adalberto Malú apontou a ausência de interesses comuns entre os beligerantes como o bloqueio para um cessar-fogo e alcance da paz naquele país africano.
Para o especialista em relações internacionais, a fragmentação do conflito com a intensificação da violência, principalmente em Darfur, e a consequente multiplicidade de actores, torna difícil o alcance de um acordo de cessar-fogo e paz.
O especialista disse que a atenção global focada em crises, como a guerra da Ucrânia e a Rússia, bem como a situação na Faixa de Gaza, marginalizou o Sudão e reduziu a pressão diplomática sobre as partes dos conflitos.
Adalberto Malú apontou questões como a imposição de sanções a líderes militares que perpetuam o conflito, o aumento e alargamento da ajuda humanitária e a pressão diplomática, como os possíveis caminhos para o alcance da paz.
O analista afirmou ainda que a comunidade internacional não pode continuar a ignorar esta tragédia, cabendo aos observadores globais exigir acções e solidariedade para com o povo sudanês.
Dois anos após o início dos conflitos no Sudão, o país rico em ouro, petróleo e produção de algodão de alta qualidade, mergulhou numa guerra que, segundo a ACNUR, fez com que quase treze milhões de pessoas deixassem as suas residências.
A resolução das desavenças naquele país do Sahel foi eleita pelo presidente da União Africana, João Lourenço, como prioridade, durante a sua gestão, com término em Fevereiro de 2026.
Há três semanas, a capital do Sudão, Cartum, foi recuperada pelas forças armadas daquele país do nordeste africano, naquilo que parecia ser o início do fim de um conflito que já dura dois anos, com mais de 150 mil mortos e um total de 50 mil desaparecidos.
Em causa, está a disputa entre o general Abdel Fattah al-Burhan, chefe das forças armadas e presidente do país, e o seu vice, líder das Forças de Apoio Rápido (RSF), Gen Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido por “Hemedti”.
Sobre a mesa, discordância em relação aos rumos a se dar ao país e entrega do poder a um Governo civil, com a integração dos cem mil homens da RSF no actual exército.
O conteúdo Crises como guerra na Ucrânia e em Gaza marginalizaram conflito no Sudão, diz analista aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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