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Mobilidade urbana em Angola: problemática e desafios para as políticas públicas

A mobilidade urbana é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento das cidades modernas. Em Angola, assim como em vários países africanos, a problemática da mobilidade não é recente, mas tem-se agravado devido ao crescimento urbano desordenado, que não acompanha a demanda populacional e as exigências internacionais de infraestrutura e sustentabilidade.

O país tem passado por transformações urbanas aceleradas nas últimas décadas, tornando a discussão sobre mobilidade cada vez mais relevante. Com uma população urbana em expansão, especialmente em cidades como Luanda, Benguela e Lubango, a necessidade de um sistema de transporte eficiente, seguro e sustentável torna-se urgente.

O Cenário Actual da Mobilidade Urbana em Angola

Angola, enquanto país em desenvolvimento, enfrenta desafios estruturais significativos no que diz respeito ao transporte urbano. O crescimento desordenado das cidades, somado à falta de planeamento urbano adequado, resultou em problemas como congestionamentos crónicos, transporte público insuficiente e condições precárias de deslocamento.

Luanda destaca-se como um exemplo claro desses desafios. A sobrelotação das paragens de transporte e a saturação das vias primárias são consequências directas da má gestão urbana. A ineficiência das vias secundárias, que deveriam servir como alternativas de ligação, concentra todo o fluxo nas principais vias, agravando os engarrafamentos e incentivando a criação de paragens informais em zonas inapropriadas.

Além disso, as infraestruturas viárias carecem de manutenção e modernização. Ruas degradadas, sinalização deficiente e a ausência de ciclovias ou calçadas adequadas comprometem a segurança de pedestres e ciclistas. Outro ponto crítico é a falta de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida (deficientes). Embora a Lei n.º 21/12 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e a Lei n.º 7/04 (Bases da Proteção Social) estabeleçam diretrizes para inclusão e acessibilidade, a realidade urbana angolana ainda está longe de cumprir esses requisitos.

Conclusão

A mobilidade urbana em Angola é um desafio complexo que exige intervenções estratégicas e políticas públicas eficazes. O crescimento populacional acelerado, a infraestrutura deficiente e a falta de planeamento integrado demandam acções urgentes para garantir um transporte acessível, seguro e sustentável.

É fundamental que o governo, em parceria com o sector privado e a sociedade civil, invista em soluções inovadoras, como a expansão e modernização do transporte público, a reabilitação de vias urbanas e a implementação de políticas de inclusão para pessoas com deficiência. Além disso, a adoção de modelos de mobilidade sustentável, como ciclovias e sistemas de transporte inteligentes e mais ustentáveis, pode contribuir para a redução dos congestionamentos e da poluição.

A transformação da mobilidade urbana em Angola não apenas melhorará a qualidade de vida da população, mas também impulsionará o desenvolvimento económico e social do país. O momento é agora: planejar com visão de futuro é essencial para construir cidades mais justas, eficientes e humanizadas.

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