Programa fortalece a indústria química com avanço tecnológico, sustentabilidade e criação de empregos
O Brasil precisa de uma indústria forte. E a indústria química é parte central desse projeto. Todos os países desenvolvidos têm um setor químico robusto e relevante. O novo Presiq (Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química), proposto por meio do projeto de lei 892 de 2025, é a resposta de que o país necessitava. O PL está em tramitação na Câmara dos Deputados.
O programa não é apenas um conjunto de incentivos fiscais. É também uma estratégia nacional, que foca a modernização e a descarbonização de um setor vital para a economia. O objetivo é claro: tornar o Brasil mais competitivo no cenário global.
Hoje, a indústria química nacional enfrenta muitos desafios de competitividade, operando com capacidade ociosa recorde e enfrentando uma avalanche de importações subsidiadas de países com políticas protecionistas. Nesse cenário, perde espaço, empregos e arrecadação.
Sem apoio, o setor se fragiliza –e com ele, todo o parque industrial brasileiro. O Presiq é um caminho de revisão deste contexto, pois estimula empresas que investem em modernização, usam matérias-primas sustentáveis e reduzem emissões.
Além disso, a iniciativa fortalece uma agenda ambiental fundamental para todas as indústrias: a descarbonização. Exige, ainda, que parte dos benefícios seja destinada à pesquisa e desenvolvimento e aos projetos sociais, vertente igualmente importante na atuação das empresas industriais no Brasil. Isso garante não só produção, mas também evolução tecnológica e desenvolvimento das condições de vida de nossa população.
A proposta é adequada: não aumenta impostos, mas garante mais arrecadação. Não subsidia o atraso, mas impulsiona o futuro. Segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), o impacto do programa no PIB (Produto Interno Bruto) pode chegar, até 2029, a R$ 112,1 bilhões. É impacto real com responsabilidade fiscal.
O Presiq pavimenta o caminho para as empresas que querem contribuir e fazer a sua parte. Um exemplo concreto que já está em curso é o que vem sendo realizado pela Unipar. A empresa tem se engajado de forma consistente no fortalecimento da indústria química nacional com investimentos estruturantes que unem expansão produtiva e sustentabilidade.
A nova fábrica em Camaçari, na Bahia, por exemplo, foi projetada para atender à crescente demanda por insumos fundamentais ao saneamento básico e ao setor de higiene, além de contar com estrutura para fornecer produtos ao agronegócio. A unidade será 100% operada com energia elétrica renovável.
Na fábrica de Cubatão, no Estado de São Paulo, a Unipar está investindo mais de R$ 1 bilhão na modernização tecnológica do processo produtivo, substituindo antigas tecnologias de mercúrio e diafragma, por membranas de última geração –o que permitirá reduzir em mais de 70.000 toneladas as emissões anuais de CO₂ (dióxido de carbono).
Outro eixo estratégico é a energia limpa. A Unipar estabeleceu 3 joint ventures para autoprodução: 2 parques eólicos (na Bahia e no Rio Grande do Norte) e 1 parque solar em Minas Gerais. Juntos, esses empreendimentos garantem 157 MW (megawatts) médios de energia renovável para suas operações, contribuindo com a meta de operar 100% com energia limpa no Brasil até 2025.
Além disso, a expansão da planta de Santo André, em São Paulo, concluída em 2023 com investimento de R$ 100 milhões, trouxe ganhos ambientais importantes, como a redução de 18% no uso de energia elétrica e a economia de mais de 2.000 toneladas de CO₂ por ano.
Enquanto Estados Unidos, China e Índia investem bilhões em suas indústrias químicas, o Brasil precisa reagir. O Presiq é a chance de promover mais autonomia produtiva, segurança econômica e liderança em química sustentável.
A aprovação desse projeto é fundamental. O Brasil não pode mais adiar sua reindustrialização. O Presiq é um passo importante nesta jornada –e as empresas no Brasil, como a Unipar, mostram que é possível contar com o comprometimento delas.
Para o desenvolvimento da indústria no país, entretanto, é necessário um cenário de melhores condições competitivas para atuar num mercado que é global. Precisamos ter uma visão de futuro e agir no presente para a indústria brasileira e, assim, fomentar a economia.
Sobre o autor
Rodrigo Cannaval, 48 anos, é engenheiro químico pela EEL (Escola de Engenharia de Lorena), da Universidade de São Paulo. É pós-graduado em engenharia de produção pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e tem MBA em Marketing pela IBE-FGV Campinas (Fundação Getulio Vargas). Presidente da Unipar desde abril de 2024, o executivo ingressou na companhia em 2020 como diretor-executivo Industrial. Atuou por 18 anos no Grupo Basf, com destaque para cargos de liderança na Europa e América Latina.
Este conteúdo foi produzido e pago pela Unipar. As informações, opiniões e os dados divulgados são de total responsabilidade do autor.
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