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Lula volta a classificar atuação de Israel em Gaza como genocídio

Presidente falou ao concluir sua viagem à China; dias antes, na Rússia, havia afirmado que Israel matava mulheres e crianças “a pretexto” de também matar terroristas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a chamar a atuação de Israel na Faixa de Gaza de “genocídio”. A declaração foi feita em Pequim na manhã desta 4ª feira (14.mai.2025) –noite de 3ª feira (13.mai) no Brasil.

Em fala a jornalistas antes de deixar a China, Lula afirmou que a abordagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), em relação à guerra na Ucrânia é “importante”, pois ele fala em buscar a paz. O petista disse esperar algo semelhante no conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Lula declarou que Trump adota um discurso diferente do seu antecessor, Joe Biden (Partido Democrata), que “falava todo dia” em guerra.

“Com toda divergência que eu possa ter com o Trump ou ele possa ter comigo, eu acho que a decisão dele sobre a guerra [na Ucrânia] foi importante. Porque você tinha o nosso amigo Biden falando em guerra todo dia, falando em destruir a Rússia todo dia e o Trump vem e diz: ‘Eu preciso fazer paz e parar com essa guerra’. Eu achei ótimo”, disse Lula.

“E eu espero que ele [Trump] possa dar uma contribuição para terminar o genocídio, a palavra, eu vou repetir aqui, para terminar o genocídio na Faixa de Gaza. Aquilo não é uma guerra, aquilo é um genocídio”, declarou.

Lula disse que “a única coisa que quer” é que a ONU (Organização das Nações Unidas) “tome uma decisão” sobre o conflito no enclave palestino. “E se o Trump contribuir para isso… agora, se ele quiser fazer daquilo um resort, não vai dar certo”, afirmou.

Assista (1min40s):

Desde 2024, o chefe do Executivo brasileiro tem criticado as ações do governo israelense no território palestino. Disse, em mais de uma ocasião, que os habitantes da Palestina são alvo de um genocídio promovido pelo Estado de Israel.

Antes da viagem à China, Lula esteve na Rússia. No sábado (10.mai), em Moscou, o presidente disse em entrevista a jornalistas que Israel realiza ataques à Faixa de Gaza sob o “pretexto de matar terroristas” e usou a palavra “genocídio” para classificar as ações dos israelenses.

“Na Faixa de Gaza é um genocídio, de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas. Já houve caso de explodirem um hospital e não ter um terrorista, só mulher e criança”, declarou.

Assista (2min24s):

ENTIDADE JUDAICA REPUDIA

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) classificou as declarações de Lula na Rússia como “antissemitas e irresponsáveis”.

Em nota divulgada no domingo (11.mai), a entidade responsabilizou o presidente por incentivar o antissemitismo entre seus apoiadores.

Segundo a Conib, Lula “mais uma vez” sugeriu que Israel mata deliberadamente mulheres e crianças palestinas sob o pretexto de combater o Hamas.

“Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo, e é lamentável e perturbador que o presidente do nosso país siga promovendo este libelo antissemita pelo mundo”, afirmou a organização.

A entidade afirmou que o presidente omite, em suas falas, a responsabilidade do Hamas no início do conflito, iniciado em 7 de outubro de 2023 com um ataque ao território israelense.

“O que falta nas falas do presidente Lula sobre o conflito é uma verdade: o Hamas iniciou essa guerra terrível e se esconde atrás da população civil e de reféns israelenses para promover sua visão, aí sim genocida, de exterminar Israel e os judeus”, declarou a Conib.



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