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Xenófobo ou não, as urnas revelam que André Ventura exterioriza apenas um sentimento quase generalizado em Portugal

O Chega, partido de André Ventura, em Portugal, vem somando resultados eleitorais positivamente retumbantes para a sua gestão. Legalizado pelo Tribunal Constitucional em 2019, a organização tem se destacado por sua visão tida por muitos observadores como racistas e xenófobas, porém, apesar de essas perspectivas serem tomadas como atraso civilizacional, o Chega vem somando, e já não há dúvida do que uma parte significativa dos portugueses deseja, que entre outras coisas passa pela redução alargada dos imigrantes naquela parte do mundo.

As eleições, desde que sejam livres e transparentes, são o culminar dos processos democráticos. Elas traduzem na prática a vontade das populações. Cada percentagem transmite não só o desejo popular, mas também a dimensão da aceitação de cada perspectiva.

Em Angola, por exemplo, em 2012, quando Abel Chivukuvuku concebeu a Coligação CASA-CE, quatro meses antes das eleições-gerais daquele ano, a referida organização obteve 6% dos votos, que se repercutiu na eleição de oito deputados, deixando para trás partidos históricos como a FNLA, bem como o PRS.

O resultado da CASA-CE, organização que reuniu significativos antigos membros da UNITA, além de alguns do MPLA, deixou evidente que um número significativo de angolanos almejava uma terceira via, um movimento que pudesse pôr fim a hegemonia dos ‘camaradas’ e dos ‘maninhos’.

Portanto, o resultado que o Chega vem conseguindo em Portugal resulta exactamente da vontade popular. Ou seja, André Ventura e o partido têm apenas sido os porta-vozes da vontade do povo português.

Legalizado pelo Tribunal Constitucional em 2019, o Chega chegou a obter 1,29% dos votos das eleições daquele ano, tendo elegido um deputado.

E nas eleições legislativas de 2022, aumentou significativamente a sua representação parlamentar, passando de um para 12 deputados, com 7,18% dos votos. Já nas eleições legislativas de 2024, o partido continuou a crescer, elegendo 50 deputados, quadruplicando o número de deputados em relação à legislatura anterior.

E nas eleições presentes, deste ano de 2025, o Chega conseguiu 58 deputados, igualando assim o histórico Partido Socialista (PS), numa altura em que se aguarda apenas os votos dos círculos da Europa e de fora da Europa, que serão conhecidos nos próximos dias, e que serviram para desfazer o empate e determinar qual será a segunda força política do país.

Como enunciado, o Chega tem feito caminho com o seu discurso tido como de ódio, racista e xenófobo, sendo que há quem, entre os políticos, que sublinha mesmo que “normalizar o Chega é normalizar a xenofobia e a violência”. Porém, apesar dessa perspectiva, o Chega é hoje uma marca bem cotada em termos de política e atracção de eleitores.

Em Setembro de 2024, por exemplo, o Chega de André Ventura, que se tem manifestado contra a imigração, realizou uma marcha de protesto contra os imigrantes em Portugal, tendo o evento reunido entre três mil e 4 mil participantes, de acordo com a imprensa local.

“Nem mais um”! Nem mais um imigrante”, este era o slogan dos manifestantes que afluíram em Lisboa ao protesto convocado pelo Chega.

Também no ano passado, na sequência da morte de Odair Moniz, um jovem cabo-verdiano, às mãos de um operacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), foi realizada uma marcha de protesto contra a polícia, tendo o Chega realizado uma contra-manifestação a favor do agente da PSP, que acabara de assassinar o jovem imigrante.

Entre outras coisas, André Ventura tem acusado os imigrantes de saturarem o sistema social português, de alterarem o status quo da civilização portuguesa, daí que exige o repatriamento da grande maioria de imigrantes, uma perspectiva entretanto corroborada por um número significativo dos portugueses, que embora não tenham a coragem de Ventura, optando pelo politicamente correcto, demonstram este apoio nas urnas.

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