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Suplicy pede investigação sobre sumiço de usuários da Cracolândia

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) e a vereadora Luna Zarattini (PT) acionaram hoje (21) o Ministério Público de São Paulo para apurar o paradeiro dos usuários de drogas que ficavam na região conhecida como Cracolândia, no centro da capital paulista. Nos últimos dias, foi noticiado, sobretudo na imprensa local, o súbito esvaziamento da área, o que causou desconfiança, já que há anos diversas gestões tentam solucionar a questão.

No despacho, eles argumentam que há um “conjunto sistemático e articulado de denúncias que indicam a ocorrência de graves violações de direitos humanos praticadas por agentes públicos” e que a suspeita é a de que o que está em andamento é um processo de “higienização social”.

Luna e Suplicy pontuam que há diversos relatos denunciando o transporte, em vans, de pessoas em situação de vulnerabilidade social e dependência química, “muitas vezes de forma forçada ou mediante ofertas questionáveis, para bairros periféricos da capital ou até mesmo para outros municípios da região metropolitana, como Guarulhos”. 

“Moradores do Jardim Tremembé, na zona norte da capital, relataram o repentino aumento da presença de usuários na região, alguns deles portando notas de R$ 100, indicando que foram pagos para se deslocarem. Em Guarulhos, a prefeitura local instaurou apuração para investigar a chegada de pessoas transportadas pela gestão paulistana sem qualquer articulação prévia”, escrevem em um trecho do documento.

Profissionais que atendiam aos usuários na rede pública de saúde comunicaram à reportagem a formação de um grupo derivado do primeiro perto de um viaduto. Uma preocupação é a de que os usuários tenham sido internados contra sua vontade, ou seja, de modo involuntário.

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A Agência Brasil solicitou à prefeitura de Guarulhos esclarecimentos, mas ainda não teve retorno. A reportagem também questionou a Secretaria Municipal das Subprefeituras sobre eventuais fluxos que poderiam ter se formado em outros pontos da cidade e também aguarda resposta.

A prefeitura da capital colocou no ar um painel chamado “Cenas de uso da região da Luz”. Em janeiro deste ano, no pico de registro, era estimado um total de 465 pessoas, no período vespertino. Em fevereiro, o patamar máximo foi de 668, enquanto em março foi de 489. Em abril, o maior volume alcançado diminuiu, passando para 382, durante uma manhã. Já neste mês o nível mais elevado foi 181 pessoas, registrado no dia 1º.

Violência sistemática

Em 13 de agosto, véspera do esvaziamento, agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) foram flagrados agredindo pessoas em situação de rua, na Cracolândia. Em nota encaminhada à reportagem da Agência Brasil, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que serão ouvidas testemunhas, vítimas e os agentes envolvidos no caso, para esclarecer os fatos

“Ao final do processo, se constatadas condutas inadequadas, serão adotadas as medidas cabíveis, inclusive sanções.”

Reclamações de Nunes contra a imprensa

No último dia 14, em coletiva de imprensa convocada por ocasião da entrega de uma obra finalizada do Centro Esportivo Santo Amaro Joerg Bruder, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que é comum, inclusive em outros cantos do mundo, como França e Nova York, a aglomeração de usuários de drogas, e que se deve comemorar as melhoras atingidas. 

“A gente tinha, em 2016, 4 mil usuários na Cracolândia, [algo] que a imprensa repercutia. Hoje dá para dizer que resolveu todo o problema? Não, mas a gente já avançou muito”, disse, assumindo que usuários continuam circulando por localidades como o Glicério, também na zona central. 

Na ocasião, Ricardo Nunes criticou a imprensa, afirmando que os jornalistas enfatizam de modo exagerado os pequenos grupos que resistem e permanecem pelas ruas. Para o prefeito, a mídia deveria reconhecer, em um gesto de “maturidade”, que a ausência de usuários na região é decorrente da ação multidisciplinar de sua gestão, que envolve a incidência de profissionais da saúde, do serviço social, da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

“O esforço é gigantesco, os investimentos são enormes para vencer isso. Eu duvido que vai ter um jornalista capaz – um sério – de dizer que não tivemos avanço”, afirmou.

 

“Faço um desafio: qual é o jornalista que vai ter capacidade de dizer que não tivemos grandes avanços?”, provocou. 

 

 

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