Foram 30.300 procedimentos em 2024; córnea, rim e medula óssea lideram lista de órgãos e tecidos mais transplantados
O Brasil superou pela 1ª vez a marca de 30.000 transplantes de órgãos e tecidos em um único ano. O país ainda registra uma fila de espera com 78.000 pessoas. Os dados foram divulgados nesta 4ª feira (4.jun.2025) pelo Ministério da Saúde.
Em 2024, foram realizados 30.300 transplantes no país —número superior ao recorde anterior, de 28.700 em 2023. Do total, 85% foram feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Foram destinados R$ 1,47 bilhão à área no último ano, um aumento de 28% em relação a 2022.
A córnea foi o tecido mais transplantado, com 17.107 procedimentos, seguida por rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454). A fila para transplante de rim é a maior: 42.838 pacientes.
A negativa familiar à doação segue como um dos principais entraves para a expansão do sistema, com taxa de recusa de 42% a 45%.
ESTRATÉGIAS
Para enfrentar esse cenário, o governo anunciou novas medidas, como a criação do Prodot (Programa de Qualidade em Doação para Transplante). O objetivo é capacitar e monitorar equipes responsáveis pela abordagem às famílias.
Também foram incluídos no SUS os transplantes de membrana amniótica —usada em tratamentos de queimaduras — e os de intestino delgado e multivisceral. Pacientes com falência intestinal irreversível terão 100% do tratamento pelo SUS.
Outra estratégia é a ampliação da prova cruzada virtual, tecnologia que permite avaliar a compatibilidade entre doador e receptor à distância. Atualmente, o sistema é usado em São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí e Pernambuco.
O Ministério da Saúde anunciou ainda a reconfiguração das macrorregiões de transplantes, priorizando a distribuição de órgãos entre Estados da mesma região geográfica.
A medida busca ampliar o acesso nas regiões Norte e Nordeste, além de dar mais agilidade na alocação dos órgãos doados. Segundo as autoridades, se não houver receptor em um Estado da mesma região, o órgão será disponibilizado para a lista nacional.
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