Texto de Edilson Munguambe, Phd candidate
I. Introdução
Moçambique enfrenta actualmente uma das mais severas crises cambiais das últimas décadas, marcada por uma escassez aguda de divisas estrangeiras, desvalorização acelerada do metical e desequilíbrios persistentes na balança de pagamentos. Esta situação tem gerado impactos negativos directos sobre a actividade económica, o poder de compra das famílias, os custos de produção e a confiança dos investidores, agravando ainda mais a vulnerabilidade macroeconómica do país.
A recente declaração do Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, que revelou tentativas de fuga de capitais por parte de empresários durante o período de instabilidade pós-eleitoral, trouxe à tona um fenómeno preocupante: a perda de confiança no sistema financeiro nacional e a fragilidade dos mecanismos de controlo cambial. Este comportamento, embora ilegal, reflecte uma percepção generalizada de risco e incerteza por parte dos agentes económicos, o que acelera a dolarização informal e pressiona ainda mais as já limitadas reservas internacionais do país.
As causas da crise cambial tem ligação com factores estruturais profundos, dentre os quais a elevada dependência de importações, o fraco desempenho das exportações em termos de valor agregado, a ausência de mecanismos eficazes de repatriamento de receitas externas e uma política cambial ainda vulnerável a choques externos e internos. Leia mais…
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