Em política, tal como nas questões fundamentais das relações humanas, a coerência ou falta dela tem elevado preço.
Foi precisamente no dia 1 de Junho de 2019, que a família do Dr. Jonas Malheiro Savimbi e a UNITA, realizariam o tão esperado funeral condigno do “Muata da paz” líder fundador do “Galo Negro”, 17 anos depois de ter tombado em combate, no leste do país.
Foi um inequívoco acto de coragem e de patriótismo da parte do Senhor Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço. Com este gesto ímpar, no sentido do complexo processo de unidade e reconciliação nacional, o Presidente João Lourenço escreveu o seu nome nos anais da história contemporânea do nosso País. Não foi fácil.
No MPLA e na UNITA, houve oposição à esta decisão. O país testemunhou até a vergonhosas tentativas de sabotagem. Valeu a determinação, lucidez e o sentido Patriótico do Chefe de Estado e da direção da UNITA na altura.
O compromisso dos patriotas angolanos, no sentido de se enterrar definitivamente o passado de divisões, e juntos abrirmos novas páginas de fraternidade, e trabalhar para harmonizar a sociedade, o Executivo angolano criou a CIVICOP.
Este importante órgão, que integra representantes dos mais variados quadrantes da vida nacional, tem como objectivo, promover o perdão mútuo, cicatrizar as feridas e apaziguar os espíritos das vítimas dos conflitos políticos que o país viveu.
A CIVICOP, está revestida de um espírito genuinamente nacionalista. Se guia por valores da africanidade, no sentido de se dar um enterro condigno aos queridos filhos desta Angola martirizada. É sob a visão e coragem do Presidente João Lourenço, que o impensável está a acontecer.
Porquê só agora a exumação e inumação das vítimas do 27 de Maio de 1977? Porquê só agora se honra as vítimas das fogueiras na Jamba? Porquê só agora se enterram de forma condigna os generais e oficiais da UNITA mortos em Luanda, pós eleições de 1992, as vítimas da ex-DISA, no Huambo entre outras? A ingratidão tem de ser denunciada e combatida. Os patriotas angolanos têm de olhar para o futuro com olhossem lágrimas e corações sem ódios. O Presidentes João Lourenço está no caminho certo. Tem de ser encorajado.
No âmbito dos 50 anos da Independência Nacional, o titular do poder Executivo, lançou mais uma corajosa iniciativa no sentido da unidade e reconciliação nacional, e, de forma inclusiva, decidiu condecorar ilustres filhos desta ditosa Pátria. Uma iniciativa inclusiva que abarca os mais diversos extratos sociais e que está a acontecer de forma faseada. Uma iniciativa de louvar à todos os títulos.
Entretanto, a segunda fase das condecorações foi marcada por polémicas. Alguns membros dirigentes da FNLA e da UNITA, não aceitaram as medalhas nem participar da referidas cerimônias, alegando que estas honrosas homenagens deviam em primeiro lugar ser destinadas aos líderes fundadores dos seus respectivos partidos, Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Sabimbi.
A liberdade de escolhas, a soberania da decisão individual são inquestionáveis numa sociedade livre e democrática. Neste sentido, é de se respeitar a decisão de cada.
Entretanto, a pergunta que não se cala: “No dia 01 de junho de 2025, foi o dia em que o Presidente fundador da UNITA, Jonas Savimbi, foi condignamente enterrado no campo santo da Lopitanga, município do Andulo, província do Bié, sua terra natal, a UNITA terá realizado algum acto oficial e digno de menção em homenagear ao seu líder fundador, o Dr. Savimbi, como forma de lembrar e honrar a memória de um dos percursores da Independência e democracia em Angola?”
Em política, a falta de coerência acarreta custos muito elevados.
Por: Cordeiro Santo
O conteúdo A Coerência como valor Fundamental: Nega-se a medalha mas não se honra Jonas Savimbi no dia 1 de Junho aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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