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Assassinato de diplomatas israelitas nos EUA expõe fragilidades da Administração Trump

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, transmitira a durante a campanha eleitoral que o levou de volta à Casa Branca, a ideia de que era a pessoa certa para acabar com as duas guerras mais mediatizadas do globo, nomeadamente: a de Israel contra o Hamas e o Eixo da Resistência, bem como a guerra de invasão da Rússia contra a Ucrânia.

No caso do conflito militar no Leste Europeu, o republicano chegou a assegurar que acabaria com a guerra em 24 horas. Donald Trump fundamentava essa lógica com a garantia de que é uma pessoa a quem Vladimir Putin nutre respeito, além de ser um homem que causa temor ao grupo do Eixo da Resistência no Médio Oriente.

Entretanto, o balanço dos quatro meses desde que Donald Trump se sentou na Casa Branca é desolador pelo menos para os líderes do mundo livre, cujas atenções acabaram por ser desviadas para as questões das tarifas, enquanto a Rússia e Putin ganham mais fôlego, e mantêm-se mais próximos de conseguir algo na Ucrânia que nem constava de sua agenda pública.

A par disso, os EUA começam a ser um local inseguro para os israelitas.

Como exemplo, salto-nos a vista, a dupla execução de diplomatas israelitas nas ruas de Washington, nos Estados Unidos da América, orquestrada com recurso à arma de fogo, bem como o bombardeio russo deste fim-de-semana, sobre parte significativa da Ucrânia, inclusive a sua capital, Kiev, estão a expor negativamente a Administração Trump, que tem procurado promover uma imagem de “o todo-poderoso”, capaz de devolver a segurança não só na América, mas no mundo em geral.

Porém, o assassinato dos israelitas Sarah Milgram e Yaron Lischinsky tem potencial para colocar os EUA na lista de localidades perigosas e ou vulneráveis para a segurança de israelitas, tendo em conta a facilidade como ocorreu o acto.

Os diplomatas foram alvejados frente ao Museu Judaico, e tinham planos para se casar em breve, segundo relatos do embaixador israelita naquele país.

Em reacção, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu segurança mais apertada para o pessoal diplomático israelita em todo o mundo.

Portanto, embora Donald Trump vinha tomando por fraco o então presidente dos EUA, Joe Biden, vale sublinhar que na época do democrata, apesar da intensificação da guerra entre Israel e o Hamas, que tem sido apontada como a causa desse duplo assassinato, nos EUA não havia registo de assassinato de israelitas por retaliação face à guerra, sendo que a insatisfação do apoio norte-americano a Israel era manifestada através de protestos nas ruas e nas universidades.

Esse ataque violento, que deixou em luto à representação diplomática israelita em solo da Nação mais poderosa do mundo, acaba por destapar fragilidades no sistema de segurança, embora seja algo que muitos evitem falar.

E como é evidente, o assassinato em causa maculou a imagem da Administração Trump, mas os constantes e brutais ataques da Rússia, sobretudo o ataque em larga escala de sábado e domingo, dias 24 e 25, respectivamente, causam maiores danos à imagem de Donald Trump e dos EUA enquanto Nação líder mundial.

Foram ataques com consequências quase indiscritíveis, o que levou Donald Trump a reagir, mas sempre ao seu estilo, que destaca a retórica, mas sem acção prática, capaz de impelir Putin a cessar os ataques e negociar a paz verdadeiramente.

“Não estou satisfeito com o que Putin está a fazer. Ele está a matar muitas pessoas. E não sei o que raio aconteceu ao Putin. Conheço-o há muito tempo, sempre me dei bem com ele. Mas ele está a lançar mísseis para as cidades e a matar pessoas e isso não me agrada nada. Estamos a meio de uma conversa e ele começa a disparar mísseis contra Kiev e outras cidades. Não gosto nada disto. Não gosto do que Putin está a fazer, nem um bocadinho. Ele está a matar pessoas. Aconteceu-lhe alguma coisa… e eu não gosto disso”, lamentou Donald Trump, tendo tomado o homólogo russo por “LOUCO”, ao que a Rússia respondeu tratar-se apenas de uma “sobrecarga emocional” da parte de Trump.

Importa referir que, aquando da campanha eleitoral norte-americana de Novembro de 2024, que o levou de volta à Casa Branca, o republicano prometeu vez após vez, que acabaria com o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, em 24 horas após assumir o poder, tendo num debate de Setembro contra Kamala Harris, a então candidata democrata, prometido terminar a guerra antes mesmo de ser investido como Chefe de Estados dos EUA.

Entre outras coisas, referia que Kamala era inadequada para o cargo, e que embora tenha sido vice-presidente da República na época, Vladimir Putin não a respeitava.

O que é facto é que Donald Trump caminha para o quinto mês à frente da Casa Branca, e a guerra de invasão russa contra a Ucrânia continua, e ainda mais intensamente.

Trump tentou atrair Putin com medidas amigáveis, contrariando todas as opções que Joe Biden havia tomado para proteger e ajudar a Ucrânia a resistir, mas seus apelos e iniciativas para o fim da guerra não têm sido bem acolhidas na prática.

Entre as medidas que Trump tomou visando travar a guerra constam a suspensão de envio de armas e dinheiro para Kiev, bem como a suspensão de assistência em matéria de inteligência, que, na época de Joe Biden, permitiam não só a Ucrânia se prevenir de ataques russos, como também lhe davam a possibilidade de realizar ataques precisos contra alvos russos. Com Joe Biden na presidência norte-americana, em algum momento a Rússia havia estagnado no seu avanço mais para dentro da Ucrânia, sendo que em muitas ocasiões Kiev chegou a demonstrar supremacia, levando as forças russas a recuar em diferentes pontos.

Porém, com a ascensão de Trump, Vladimir Putin e a Rússia ganharam novo fôlego na guerra, à medida que, igualmente, os EUA vão deteriorando sua relação com vários parceiros europeus, e alguns africanos, cuja aproximação aos EUA resultaram do empenho “árduo” de Joe Biden.

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