A província de Cabinda, região mais a norte do país, regista uma escassez de água potável há cerca de um mês, razão pela qual, algumas famílias estão a recorrer às águas dos aparelhos de ar-condicionado.
A denúncia é do activista cívico e defensor dos Direitos Humanos, Gervánio Ventura, que afirmou que as famílias cabindenses estão a usar a água dos aparelhos de ar-condicionado para lavar roupa, e a cuidar da higiene pessoal das suas residências com esta água, o que para si, constitui um perigo à saúde pública.
“Para quem estudar, sabe que a água proveniente dos aparelhos de ar-condicionado tem propriedades químicas, não abonatórias para o corpo humano. Quem consumir aquela água vai sentir o efeito”, alertou.
Para o activista, a situação é incompreensível, a julgar pelo facto de a província de Cabinda ter dois rios, e estar há dois meses sem a água potável a jorrar das torneiras daquelas famílias.
Alguns cidadãos afirmaram estar a passar por dificuldades, descrevendo à emissora católica de Angola, a situação como sendo “caótica”.
Os cidadãos temem pela sua saúde, a julgar pelo surto da cólera que assola o país há mais de cinco meses, tendo apelado às autoridades a empreender medidas para solucionar o problema.
Tomás Brás, outro cidadão do enclave de Cabinda, acrescentou que “é um assunto que está a tirar mesmo paz” às famílias daquela região do país, “porque sem água, nós não podemos fazer absolutamente nada”.
“A este momento que estamos na luta da cólera, não fica bem pessoas estarem a consumir água imprópria”, disse, acrescentando que águas dos tanques e das cacimbas têm sido alternativas de muitas famílias para fazer face à ausência do jorrar do precioso líquido das torneiras das suas residências.
O Presidente do Conselho de Administração da Empresa Pública de Águas e Saneamento de Cabinda (EPASCABINDA), Nicolau Ila, reconheceu o problema da falta de água em Cabinda, mais exactamente na zona do Zóngolo, onde, segundo fez saber, a alternativa que está a ser usada pela população é “um furo que está até agora a aguentar a situação”.
Garantiu, entanto, que a empresa pública está a trabalhar para resolver de forma definitiva a situação da avaria do tubo desintegrado na Zona de Santa Catarina, que segundo fez saber, está a provocar “problemas sérios na zona do Zóngolo”.
Nicolau Ila avançou também que algumas residências daquela zona estão a receber água a partir da Estação de Tratamento número 3.
Entretanto, o PCA refutou que a informação de que o problema se arrasta há já dois meses, mas sim há uma semana, tendo dito que a situação está relacionada com uma avaria no sistema maior de produção de Água, na Estação de Tratamento de Sasazal.
A referida avaria, acrescentou o responsável, requeria equipamento que não existe no território da província e o tempo que levou até que a máquina estar na região provocou a paralisação no sistema de abastecimento de água.
“Como é a maior ETA da província, sentiu -se o vazio grande”, sublinhou Nicolau Ila.
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