Brasil deve chegar a 635.706 médicos em 2025

Até o fim de 2025, o Brasil deve contabilizar 635.706 médicos em atividade –uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes. As informações constam na edição deste ano do estudo “Demografia Médica no Brasil”, divulgado nesta 4ª feira (30.abr.2025) pelo Ministério da Saúde, em parceria com a FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) e a AMB (Associação Médica Brasileira). Leia a íntegra (PDF – 45 MB).

O país tinha 597.428 médicos até 31 de dezembro de 2024. São Paulo concentra o maior número absoluto de profissionais: 172.721 médicos. Já o Distrito Federal lidera em proporção populacional, com 6,28 médicos por 1.000 habitantes –o dobro da média nacional.

O Sudeste concentra mais da metade dos médicos do país (334.105) e tem a maior média entre as regiões: 3,77 por 1.000 habitantes. Em seguida aparecem Centro-Oeste (3,44), Sul (3,31), Nordeste (2,21) e Norte (1,70).

O Maranhão registra a menor proporção do país, com 1,27 médico por 1.000 habitantes. No Norte, Pará (1,37) e Amapá (1,46) têm os piores índices. No Nordeste, a Paraíba tem o melhor desempenho, com 3,09.

No Sul, os Estados apresentam médias semelhantes: Rio Grande do Sul (3,45), Paraná (3,26) e Santa Catarina (3,19). No Centro-Oeste, além do DF, destacam-se Mato Grosso do Sul (3,04) e Goiás (3,00).

Apesar do crescimento na densidade médica em todas as regiões nos últimos 10 anos, o estudo aponta que a distribuição segue desigual. As disparidades não se limitam ao nível estadual: há diferenças significativas entre grupos de municípios, macrorregiões de saúde e entre os setores público e privado.

Ainda existem áreas no país classificadas como “vazios assistenciais”, onde há escassez ou dificuldade de reposição de médicos. Nessas regiões, comunidades enfrentam longos deslocamentos e demoras no acesso à assistência médica.

Crescimento da força de trabalho

Entre 2000 e 2025, o número de médicos no país triplicou, passando de 205.296 para uma projeção de 635.706 profissionais. O aumento é impulsionado pela entrada de novas pessoas no segmento, com um pico estimado de 37.435 registros em 2025.

Até meados da década de 2000, a média anual de novos registros era de cerca de 10.000. A partir de 2010, o ritmo de crescimento se intensificou. Em 2016, o saldo anual de médicos passou a superar 23.000, mantendo tendência de alta nos anos seguintes.

As saídas de médicos –por aposentadoria, morte, mudança de profissão, cassação ou cancelamento de registro– cresceram de forma mais moderada. No início do período analisado, os desligamentos anuais giravam em torno de 500 e chegaram ao pico de 1.844 em 2020.