Levantamento mostra que o país também tem 2,4 milhões de diagnosticados com autismo
O Censo 2022 identificou 14,4 milhões de brasileiros com alguma deficiência, o que equivale a 7,3% da população com 2 anos ou mais. Também foram contabilizadas 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de TEA (transtorno do espectro autista), cerca de 1,2% da população. Os dados foram divulgados nesta 6ª feira (23.mai.2025) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o levantamento, a dificuldade para enxergar é a mais comum (7,9 milhões), seguida por limitações para andar (5,2 milhões), manusear objetos (2,7 milhões), ouvir (2,6 milhões) e para atividades mentais (1,4 milhões). Além disso, 2% da população têm duas ou mais deficiências.
Mulheres com deficiência somam 8,3 milhões (8,1% da população feminina), enquanto os homens são 6,1 milhões (6,4%). Já o TEA é mais prevalente entre os homens (1,4 milhão) do que entre as mulheres (1 milhão).
A análise mostra que a deficiência tende a aumentar de acordo com a idade: a taxa ultrapassa 5% a partir dos 40 anos, chega a 10% a partir dos 55, passa de 30% a partir dos 80 e atinge 50% da população com 90 anos ou mais.
Sobre o TEA: crianças de 5 a 9 anos concentram a maior proporção de diagnósticos (2,6%). Em seguida vêm as de até 4 anos (2,1%), de 10 a 14 anos (1,9%) e de 15 a 19 anos (1,3%). Nas demais faixas etárias, a proporção fica entre 0,8% e 1%, abaixo da média nacional. Isso pode refletir o aumento recente no acesso e na busca por diagnóstico, especialmente entre crianças e adolescentes.
RECORTE RACIAL
Quanto à raça, pessoas pretas têm a maior taxa de deficiência (8,6%), seguidas por indígenas (7,9%), pardos (7,2%), brancos (7,1%) e amarelos (6,5%). No caso do TEA, indígenas também apresentam a maior prevalência (1,9%), seguidos por brancos (1,3%), amarelos (1,2%), pretos e pardos (ambos com 1,1%).
Nordeste é a região com maior proporção de pessoas com deficiência (8,6%) e também lidera em todos os tipos analisados. Alagoas tem o maior percentual entre os estados (9,6%). Segundo o IBGE, isso reflete desigualdades históricas da região, como um menor acesso à saúde, educação e saneamento.
A deficiência também está associada à vulnerabilidade social, diz o IBGE: 63,1% das pessoas com deficiência de 25 anos ou mais não tinham instrução ou não completaram o ensino fundamental. Apenas 7,4% delas haviam concluído o ensino superior, contra 19,5% das pessoas sem deficiência.
Com informações da Agência Brasil
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