Algumas zonas de Luanda registaram chuvas na manhã desta terça-feira, 17, o que levantou várias interrogações e inquietações por parte dos populares enquanto se esperava uma atmosfera seca e fria.
Em reacção, o Presidente da ONG Minuto Verde – Quercus Angola, Rafael Lucas, disse à Rádio Correio da Kianda que o fenómeno é resultado das actividades humanas e o aquecimento global.
“O primeiro factor está relacionado com as alterações climáticas e o aquecimento global, visto que o primeiro e mais evidente factor que justifica este comportamento atmosférico irregular são as alterações climáticas globais, principalmente fruto das actividades humanas relacionadas mesmo”, disse
Enquanto líder de uma organização em volta da preservação do meio ambiente, Rafael Lucas entende que é importante a clarificação a respeito dos factores que concorrem para este fenómeno levando os cidadãos a uma reflexão mais ecológica.
“O desmatamento, a queima de combustíveis fósseis, a poluição industrial e urbana estão, nos últimos tempos tem modificado os padrões tradicionais de temperatura, umidade e a circulação atmosférica em todo o planeta. Em Angola, estes efeitos se manifestam com maior intensidade nas zonas costeiras, como é o caso da província de Luanda, onde o microclima é altamente sensível à variabilidade”, afirmou.
Outro factor apontado pelo presidente da associação tem a ver com a urbanização desordenada e ilhas de calor uma vez que Luanda é uma das cidades africanas que mais cresce em termos urbanos e populacionais.
Estas chuvas que se abateram hoje embora incomum, o ambientalista entende que deve constituir um alerta para as autoridades.
“Não podemos olhar como um evento isolado, mas sim um sinal de alerta ambiental”, assegurou.
De acordo com o especialista, a atmosfera está a perder os seus referenciais cíclicos tradicionais e os fenómenos que antes eram excepções estão a tornar-se cada vez mais frequentes. Este episódio pelo que disse exige que as autoridades públicas, instituições científicas, as organizações voltadas à preservação e protecção do ambiente reforcem, os seus mecanismos de monitoramento meteorológico, a educação ecológica e a própria educação à adaptação climática.
“Acreditamos ser urgente redobrar o compromisso com práticas sustentáveis, o reflorestamento, o saneamento a nível dos nossos bairros, o ordenamento urbano e a redução, claramente, das emissões poluentes”, frisou.
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