Em 4 de dezembro de 1977, um evento extraordinário ocorreu no coração da África: a coroação do Imperador Bokassa, do império central-africano. Com um estilo pomposo que lembrava a coroação de Napoleão I em 1804, essa cerimônia se tornou um símbolo do delírio de grandeza de seu líder, Jean-Bédel Bokassa.
Principais Conclusões
- Jean-Bédel Bokassa foi um dos ditadores mais extravagantes da história da África.
- Sua coroação custou cerca de 22 milhões de dólares, em um país com grandes problemas sociais.
- Bokassa era conhecido por sua brutalidade e por práticas como a canibalismo.
- Sua relação com a França foi complexa, oscilando entre a dependência e a hostilidade.
A Ascensão de Bokassa
Bokassa e a Imperatriz Catarina na festa de coroação
Jean-Bédel Bokassa nasceu em 22 de fevereiro de 1921, em uma família de 12 filhos. Desde cedo, sua vida foi marcada pela violência, especialmente após a morte brutal de seu pai. Essa experiência moldou sua personalidade e ambições.
Bokassa se alistou no exército francês, se destacou e foi enviado para a Indochina. Lá, ele se casou e teve uma filha.Com o tempo, ele retornou à sua terra natal, onde a luta pela independência estava em ascensão. Em 1960, a República Centro-Africana conquistou a independência, e Bokassa rapidamente se tornou uma figura proeminente no novo governo.
O Golpe de Estado
Em 1965, após um período de crescente tensão com o presidente David Dacko, Bokassa liderou um golpe de estado, assumindo o controle do país. Inicialmente, seu governo não foi brutal, mas logo se transformou em um regime de terror. Ele aboliu a Assembleia Nacional e prometeu eleições que nunca aconteceram.
A Coroação Imperial
A coroação de Bokassa como imperador em 1977 foi um espetáculo grandioso. Ele se inspirou na cerimônia de Napoleão, gastando uma fortuna em trajes, decoração e celebrações. Críticos de todo o mundo condenaram a cerimônia, especialmente ao considerar a pobreza e a falta de serviços básicos no país.
A Queda de Bokassa
Durante a década de 1970, o comportamento errático de Bokassa e sua brutalidade aumentaram. Ele foi responsável por execuções em massa e por um regime de terror que culminou em protestos estudantis em 1979. A repressão violenta a esses protestos levou à sua queda, quando a França decidiu intervir militarmente e restaurar David Dacko ao poder.
O Legado de Bokassa
Após sua queda, Bokassa viveu em exílio, onde escreveu sobre suas experiências e suas relações com a França. Eles condenaram Bokassa à morte por vários crimes, mas comutaram sua sentença. Bokassa morreu em 1996, em um país que ainda lutava para se recuperar de seu legado de opressão e violência. Sua história é um lembrete sombrio do que pode acontecer quando o poder absoluto encontra a ambição desmedida.
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