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Dino suspende prazo de resposta da denúncia contra Juscelino

Ministro do STF atende pedido dos advogados para acessar íntegra das provas da PF que estavam “ilegíveis” na acusação de desvio de emendas

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino suspendeu os prazos para que o deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA) apresente sua defesa preliminar em relação à denúncia por corrupção em desvio de emendas da Codevasf em 2022.

A decisão vem após pedido dos advogados do ex-ministro das Comunicações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que argumentaram que as provas citadas na denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) estavam ilegíveis. O processo está em segredo de justiça. A decisão é de 8 de maio, mas foi publicada no DJE (Diário de Justiça Eletrônico) na 3ª feira (12.mai). Leia a íntegra da decisão (PDF – 153 kB).

“Verifica-se ainda que existem trechos ilegíveis na denúncia, vício que deve ser sanado pela substituição da peça inicial por outra que contenha plena legibilidade, a fim de que seja assegurada a ampla defesa do requerido”, declarou Dino.

No pedido, os advogados de Juscelino afirmaram que os prints selecionados pela PGR e citados na denúncia são “completamente ilegíveis”, o que impossibilita que a defesa “tenha a mínima ciência acerca do teor das supostas provas utilizadas pela acusação”.

O magistrado intimou a PF (Polícia Federal) para que, em até 10 dias, junte aos autos do processo os elementos citados pela defesa. A PGR deverá substituir os trechos ilegíveis na denúncia. Os advogados pediram acesso às mídias extraídas dos dispositivos eletrônicos apreendidos durante as investigações e dos relatórios de inteligência financeira.

A interrupção dos prazos inclui todos os acusados. Em 2024, a PF indiciou Juscelino pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

ENTENDA

A investigação da PF concluiu que Juscelino Filho praticou os crimes de corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa quando era deputado federal pelo Maranhão. Ele se licenciou do cargo em 2023 para assumir o Ministério das Comunicações.

O ministro é suspeito de participar de um esquema de desvio de emendas parlamentares em 2022. Os recursos (R$ 7,5 milhões) teriam sido enviados via Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) para a pavimentação de ruas na cidade de Vitorino Freire. A irmã do ministro, Luanna Rezende, é a prefeita.

A empresa contratada pelo município para fazer a obra foi a Construservice, de um amigo de Juscelino, o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador. Ele foi preso acusado de pagar propina a funcionários federais para obter obras em Vitorino Freire e de ser sócio oculto da construtora.



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