Antes, durante e após ser eleito presidente dos EUA, o republicano Donald garantiu aos norte-americanos e ao mundo, que acabaria com a guerra de invasão russa contra a Ucrânia em 24 horas, e que esse facto aconteceria inclusive antes de sua investidura, que ocorreu em Janeiro deste ano. Passados seis meses, a guerra vai atingindo novos patamares, e para vergonha norte-americana, cujo governo congelou a ajuda à Ucrânia, referindo que o país “não tem cartas” e que não “devia lutar com quem é maior que ele”, Kiev tem demonstrado capacidade de inteligência assustador não só para a Rússia, como para outras potências. Não só este facto que retira o ‘brilho’ a Trump, é que as suas ‘famosas’ taxas, de acordo com a OCDE, terão igualmente repercussão negativa nos EUA.
O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, pode estar a perder credibilidade pelo facto de o presidente russo, Vladimir Putin, dar zero ou pouco valor às suas iniciativas de paz. Para alguns sectores, Putin, que faz foi tido como o homem mais poderoso do mundo, durante o anterior mandato de Trump, iniciado em em 2017, o líder do Kremlin está a fazer troça do seu homólogo norte-americano.
Nas suas iniciativas de paz, Trump exigia cedências demais à Ucrânia, e muito pouco à Rússia. As exigência de Donald Trump a Volodymyr Zelensky traduziria, na perspectiva de muitos, em capitulação da Ucrânia.
Irritado, e para demonstrar o seu valor, Trump suspendeu todas as ajudas militares à Ucrânia, desde a suspensão de transferências monetárias para o governo de Zelensky, a suspensão do envio de equipamento militar, bem como o fim da assistência em matéria de inteligência. Portanto, parecia o fim da guerra, já que o país teria pouco material para lutar, o que, obviamente, significaria numa vitória rápida para a Rússia.
Entretanto, contrariamente a Trump, os mais importantes líderes do mundo livre europeu, mantiveram o seu apoio, embora pouco significativo para o teatro das operações.
Apesar de toda essa demonstração de boa vontade de Trump para com Putin, o presidente russo, mantém-se intransigente. Não aceitou a trégua de 30 dias proposta por Trump, tendo apresentado uma contra-proposta de uma trégua apenas para os sector energético, entretanto, uma trégua que não foi respeitada por ambos os lados da guerra.
E apesar de não mais contar com o apoio dos Estados Unidos, cujo Chefe de Estado disse publicamente que Kiev ‘não tinha cartas’ para apresentar em termos de exigências para negociações de paz, e que era pouco relevante sem as ajudas de Washington, a Ucrânia continua a lutar, e a causar danos psicológicos à Rússia, que acabam por ser maiores em relação a danos materiais.
No Domingo passado, dia 1 de Junho, a Ucrânia infringiu um simbólico ataque em matéria de inteligência, que leva a comunidade de inteligência mundial a considerar que a operação há-de figurar na lista das maiores e mais espectaculares operações de inteligência global.
O Serviço de Segurança da Ucrânia conseguiu, nessa operação que vinha sendo planeada há mais de um ano, introduzir para o interior da Rússia vários caminhões adaptados carregando drones, que os posicionou perto de bases militares do país vizinho, e realizou uma série de ataques com os drones, tendo resultado na destruição de 40 aeronaves, com prejuízo financeiro significativo.
Essa operação, para além dos danos que já causou, acarretará outros danos por um longo período, é que, doravante, todos os camiões de carga a circular no vasto território russo, serão alvos de inspeções, o que, além do dinheiro que essa operação de vigilância deverá acarretar aos cofres russos, haverá igualmente perdas económicas a nível do empresariado doméstico, face ao abrandamento no fornecimento das logísticas, tendo em conta as horas perdidas nos processos de inspeções.
Numa outra jogada de inteligência, o Serviço de Segurança da Ucrânia fez explodir os pisos da ponte que liga a Crimeia à Rússia, com recurso a engenhos no mar, o facto levou o governo de Putin a suspender a circulação na zona.
Entretanto, vale sublinhar que a preocupação de perda de credibilidade de Donald Trump não passa apenas pela resistência da Ucrânia sem a ajuda dos EUA. Outra preocupação vem dos resultados das tarifas que Donald Trump impôs a vários países, que acabam por ter repercussões sérias nos bolsos do povo norte-americano.
Por exemplo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), um grupo de 38 Nações, na sua maioria ricas, reduziu, no seu relatório mais recente, a sua previsão de crescimento económico para 2025 para 1,6% dos 2,2% projectados em Março e disse que o crescimento será ainda mais fraco no próximo ano. A análise, entretanto, destapa a incerteza e o caos em torno das tarifas de Trump.
A organização sediada em Paris citou tarifas mais elevadas, incluindo tarifas retaliatórias impostas às exportações americanas, um abrandamento do saldo migratório e uma “redução considerável” da força de trabalho federal.
Citado pela CNN, a OCDE prevê igualmente um abrandamento acentuado da economia mundial para um crescimento de 2,9%, tanto este ano como no próximo, o que representa uma redução em relação às suas previsões anteriores de 3,1% e 3%, respectivamente. Esta previsão baseia-se no pressuposto de que os direitos aduaneiros a nível mundial se manterão nos níveis de meados de Maio.
“A economia mundial passou de um período de crescimento resistente e de inflação em declínio para uma trajectória mais incerta”, afirmou o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, em comunicado. “A actual incerteza política está a enfraquecer o comércio e o investimento, a diminuir a confiança dos consumidores e das empresas e a refrear as perspectivas de crescimento”, acrescentou.
Portanto, a combinação desses factores, como a guerra na Ucrânia e as tarifas, podem causar danos significativos ao legado de Trump, e à liderança dos Estados Unidos da América no mundo.
O conteúdo Donald Trump pode estar a levar os EUA ao descrédito com a guerra na Ucrânia e pelas consequências de suas taxas aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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