Um jovem astrólogo, que fazia previsões na rede social TikTok, foi detido na última de terça-feira, por ter alegado que um novo sismo “muito forte” assolaria Myanmar, acusado de disseminar Fake News.
John Moe The, de 21 anos, divulgou um vídeo, a 9 de Abril corrente, no qual assegurava que um novo tremor afectaria “todas as cidades em Myanmar”, no espaço de 12 dias.
“Devem estar em edifícios altos durante o dia. Leve consigo coisas importantes e fuja dos edifícios durante os abalos”, lia-se na descrição do vídeo, que foi visto 3.3 milhões de vezes, segundo a CBS News.
O jovem foi detido durante uma busca domiciliária, no centro da cidade de Monywa, de acordo com uma nota divulgada esta quinta-feira pelo governo militar de Myanmar.
“Recebemos uma informação sobre notícias falsas que estavam a ser espalhadas através de uma conta no TikTok, segundo a qual ocorreria um forte terramoto. […] Serão tomadas medidas efectivas de acordo com a lei. Da mesma forma, também tomaremos medidas eficazes contra aqueles que escrevem, divulgam ou partilham notícias falsas”, adiantaram as autoridades.
Entretanto, Nan Nan, uma mulher de Yangon, é das pessoas cépticas que não acreditou nas informações, ao contrário de muitos dos seus vizinhos.
“A maior parte dos meus vizinhos não se atreveu a ficar nos seus apartamentos e viveu na rua nesse dia. […] Um amigo até alugou uma pequena casa nos arredores de Rangum para se preparar”, disse a jovem de 35 anos à AFP.
As previsões de John Moe The incluíam ainda outras catástrofes meteorológicas, a libertação de Aung San Suu Kyi, deposta durante o golpe de Estado de 2021, e ataques aéreos norte-americanos em Myanmar.
Ainda que existam sistemas de alerta que detectam os sismos e emitem um sinal, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) ressalvou que prever os tremores com antecedência é cientificamente impossível.
Recorde-se que as réplicas diárias, algumas de magnitude superior a 5, continuam a ocorrer mais de 21 dias após o terramoto inicial de magnitude 7,7 ter atingido o centro-norte de Myanmar, entre as cidades de Sagaing e Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país.
A área mais afectada é uma das principais regiões produtoras de alimentos do país, pelo que os danos causados pelo terramoto poderão afectar a segurança alimentar da nação, já consideradas como sendo empobrecida, por se encontrar mergulhada num profundo conflito armado desde o golpe militar de fevereiro de 2021.
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