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“Faltam ministros negros no Brasil”, diz Luislinda Valois

Ex-ministra dos Direitos Humanos de Michel Temer cobra mais representatividade negra no Judiciário e em espaços de poder

A ex-ministra dos Direitos Humanos durante o governo de Michel Temer (MDB) Luislinda Valois defendeu maior representatividade negra no Judiciário e em posições de comando no Brasil. Desembargadora aposentada, ela foi a autora da 1ª sentença por racismo no país. A declaração foi dada nesta 2ª feira (12.mai.2025) durante entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na véspera do Dia da Abolição da Escravidão, celebrado em 13 de maio.

“O Brasil precisa melhorar seu olhar para a população negra. Precisamos de ministros, embaixadores, promotores e presidentes de empresas multinacionais negros. Não nos faltam competência ou capacidade, mas sim oportunidades”, afirmou. “O país perde muito ao não aproveitar o potencial das pessoas negras”, disse.

Luislinda Valois declarou ainda que é necessário “formar o hábito de ver pessoas negras em espaços de poder” e que “o racismo não acabou e vai demorar para acabar”. Segundo ela, a competência de uma pessoa não deve ser medida pela cor da pele ou pelo tipo de cabelo. “Falta espaço para que o povo preto possa demonstrar seu potencial”, afirmou.

Questionada sobre o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, Valois preferiu não comentar. Em setembro de 2024, o Me Too divulgou ter recebido acusações anônimas de assédio e importunação sexual contra Almeida.

O ex-ministro teria cometido assédio sexual contra várias pessoas, dentre elas, a titular do Ministério da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ele nega as acusações.

Quem é Luislinda Valois

Luislinda Valois nasceu em Salvador, capital da Bahia, em 20 de janeiro de 1942.

Aprovada em concurso público para o TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia), Luislinda Valois retornou ao Estado natal em 1984 e se tornou uma das primeiras mulheres negras a ingressar na magistratura no Brasil.

Em 1993, proferiu uma das primeiras sentenças de condenação por racismo no país, ao julgar o caso de Aila Maria de Jesus, empregada doméstica acusada injustamente de furto em um supermercado de Salvador. Em 2017, assumiu o cargo de ministra dos Direitos Humanos no governo Michel Temer.



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