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Fim da Guerra do Vietnã, maior derrota dos EUA, completa 50 anos

Conflito matou mais de 1 milhão de vietnamitas e cerca de 58.000 norte-americanos em 16 anos de embate

O fim da Guerra do Vietnã, maior derrota militar dos Estados Unidos, completa 50 anos nesta 4ª feira (30.abr.2025). O conflito, um dos principais símbolos da Guerra Fria, opôs o Vietnã do Norte ao Vietnã do Sul. Os Estados Unidos apoiaram as forças do Sul durante os 16 anos de embate.

O confronto, que se deu de 1959 a 1975, causou profundas mudanças na política e na sociedade norte-americana. A guerra resultou em mais de 1 milhão de mortes vietnamitas e cerca de 58.000 norte-americanas. O uso de armas químicas como o agente laranja provocou graves danos ambientais e gerou milhões de refugiados.

A retirada das tropas dos EUA começou em 1973, depois dos Acordos de Paz de Paris. Dois anos depois, tropas do Vietnã do Norte tomaram a capital do Vietnã do Sul, Saigon, atual Ho Chi Minh, decretando a reunificação do país sob um governo comunista.

A derrota no Vietnã redefiniu a política externa dos EUA nas décadas seguintes. O episódio influenciou decisões sobre intervenções militares posteriores, como no Iraque e no Afeganistão.

A guerra impulsionou movimentos sociais, como protestos estudantis e o debate da autoridade política. A imprensa teve papel central na cobertura do conflito, reforçando a chamada “síndrome do Vietnã” –a rejeição da opinião pública à participação militar no conflito.

Hoje, o Vietnã mantém relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos. Em 2023, o ex-presidente norte-americano Joe Biden (Partido Democrata) visitou Hanói para fortalecer parcerias estratégicas, durante a crescente disputa de influência com a China na Ásia.

A Guerra do Vietnã permanece como um dos capítulos mais emblemáticos da Guerra Fria e um marco na redefinição das relações entre poder militar, sociedade civil e política internacional.

POLÍTICA DA ÉPOCA

O confronto começou com o embate entre capitalismo e comunismo depois da divisão do Vietnã em 1954. O Norte, liderado por Ho Chi Minh, aliou-se à União Soviética e à China. O Sul recebeu apoio dos Estados Unidos e países ocidentais.

O governo norte-americano tinha o objetivo de parar o avanço comunista no sudeste asiático. Os EUA investiram em treinamento militar e enviou centenas de soldados ao Vietnã do Sul nos anos 1960. Segundo dados da Statista, o país gastou mais de US$ 800 bilhões (na cotação atual) com o conflito. 

O Vietnã do Sul vivia instabilidade política, marcada por golpes de Estado e a falta de apoio popular a seus governos. Enquanto isso, o Vietnã do Norte e o movimento guerrilheiro Vietcong estimularam uma guerra de desgaste.

Altos custos econômicos, perdas humanas e a cobertura televisiva diária provocaram forte oposição nos Estados Unidos e no mundo. Em 1973, pressionado internamente, o governo norte-americano retirou suas tropas do enclave. Em 30 de abril de 1975, forças do Vietnã do Norte conquistaram Saigon, unificando o país sob regime comunista.

MANIFESTAÇÕES CONTRA O CONFLITO

Iniciadas no começo dos anos 1960, as mobilizações contra a Guerra do Vietnã cresceram conforme aumentava o envolvimento militar dos Estados Unidos e o número de mortos no conflito. Estima-se que tenha morrido de 1 milhão a 3 milhões de pessoas –cerca de 58.000 soldados norte-americanos. 

Os estudantes universitários lideraram as primeiras organizações com marchas e ocupações em campus dos EUA. A queima pública de cartões de recrutamento militar se tornou um símbolo da resistência em 1965. O movimento ganhou mais visibilidade com a adesão de personalidades públicas, artistas e líderes religiosos.

A ofensiva do Tet em 1968 expôs a força inesperada do Vietnã do Norte e abalou a credibilidade do governo dos EUA. A Marcha sobre o Pentágono e os protestos em frente à Casa Branca pressionaram o então presidente Lyndon B. Johnson (Partido Democrata). Ele desistiu de concorrer à eleição presidencial daquele ano e foi sucedido por Richard Nixon (Partido Republicano). 

O movimento pacifista enfrentou violenta repressão policial. Em 1970, a Guarda Nacional matou 4 estudantes durante uma manifestação na Universidade Estadual de Kent. O episódio ampliou a rejeição popular ao conflito.

As manifestações influenciaram a opinião pública e pressionaram o governo norte-americano a negociar a paz e retirar suas tropas do Vietnã. Os protestos transformaram a relação entre sociedade civil e governo nos EUA, com impactos permanentes na política externa e cultura do país.


Esta reportagem foi produzida pela trainee do Poder360 Mylla Marcolino sob supervisão da editora-assistente interina Aline Marcolino. 



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