Lar Últimas notícias Fotografias de sobreviventes do Holocausto ganha mostra em São Paulo
Últimas notícias

Fotografias de sobreviventes do Holocausto ganha mostra em São Paulo

O espaço Unibes Cultural, na capital paulista, apresenta mostra de fotografias de 31 sobreviventes do Holocausto que vivem no Brasil.

Com expressões serenas, a mostra busca ressignificar a imagem desses sobreviventes, refletindo a dignidade, a singularidade e a presença dessas pessoas que foram vítimas de muitas violências. 

“São todos sobreviventes do Holocausto e que passaram por diferentes dificuldades na condição de refugiados ou fugindo do regime nazista”, disse Jacob Bosch Contreras, fotógrafo e co-curador da mostra. 

“Eles enfrentaram diferentes tipos de violência, desde a privação da sua liberdade ao trabalho em campos nazistas, humilhação pública, prisão, fome e, com certeza, muito abuso psicológico. E isso pesa ainda mais pois muitos deles eram crianças pequenas [quando tudo ocorreu]”, explicou em entrevista à Agência Brasil.


São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil
São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Mapa-múndi mostra avanço do nazismo na Europa – Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Intitulada Retratos Revelados – Sobreviventes do Holocausto, a exposição começa com um mapa-múndi e uma linha do tempo que mostram o avanço geográfico do nazismo e as medidas que estruturaram esse regime. 

“O nazismo foi um movimento político-militar opressor que tentou extinguir a memória do povo judeu, assim como de outras culturas minoritárias na época da Segunda Guerra Mundial na Europa. Como movimento militar organizado, ele terminou submetendo as suas vítimas às mais horrendas atrocidades desde a tortura até a morte em campos de concentração”, lembra o fotógrafo.

E é nesta linha do tempo que vão surgindo as fotografias de algumas das pessoas que sobreviveram às violências praticadas pelo nazismo e que atualmente vivem no Brasil. Ao lado de cada uma dessas fotografias, há um pequeno resumo sobre a história e a biografia de cada um dos retratados.

A curadoria é de Maria Luiz Tucci Carneiro, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). 

“Por trás de cada retrato, há as histórias que não foram possíveis de serem captadas pela câmera. A câmera fotografa o rosto, as rugas, a postura das mãos, mas ela não é sensível aos traumas. Você só vai saber dessa trajetória se ouvir os seus testemunhos”, disse ao Jornal da USP.


São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil
São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil – Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Uma das histórias apresentadas na mostra é a da holandesa Liselotte Barochel, que tinha apenas 2 anos de idade quando seu país foi ocupado pelas forças alemãs. Ela conta que seu pai era um jornalista alinhado ao socialismo, e foi denunciado, detido pela Gestapo e morto em Auschwitz em 1944.

As imagens apresentadas na mostra foram produzidas pelos fotógrafos Jacob Bosch Contreras, Mário Virgílio Castello, Moyra Madeira e Patricia Lens e feitas com câmeras analógicas e película fotográfica para valorizar o tempo do encontro e o gesto artesanal na revelação das imagens. 

“Os retratos serenos e com sorrisos autênticos vêm do profundo da alma de cada um deles. São pessoas que passaram inúmeras injustiças, mas que, mesmo assim, decidiram virar o jogo e usar o ruim que passaram como uma plataforma para criar um caráter profundo e resiliente. O que emana dos olhos deles é amor, amor pela vida”, disse Contreras.

A mostra, gratuita, fica em cartaz até o dia 29 de junho. 

Outras informações podem ser obtidas no site da Unibes Cultural.

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Papa quer Igreja unida contra “ódio e economia que marginaliza os pobres”

Uma Igreja Católica unida e missionária contra as “feridas causadas pelo ódio...

Esperados mais de dez milhões de votos nas eleições Legislativas em Portugal

Vários portugueses a viverem em Berlim, na Alemanha, queixaram-se este domingo de...

RS monta barreiras sanitárias em Montenegro para conter gripe aviária

O governo do estado do Rio Grande do Sul iniciou a montagem...

Pesquisadores acusam Israel de “genocídio digital” na Palestina

“Estamos no momento do primeiro genocídio digital e as pessoas não se...