Ministro da Fazenda diz que eventual presença do produto no local não pode ser usada para “atrasar” transição energética
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu neste sábado (17.mai.2025) pesquisas sobre a presença de petróleo na Margem Equatorial brasileira. Apesar disso, disse que a eventual descoberta do óleo no local não pode “atrasar” a transição energética do país.
“O Brasil precisa saber o que tem lá, até porque ele não está sozinho nisso. Aquela margem toda é muito extensa e transcende o território nacional. Sou a favor da pesquisa”, declarou em entrevista ao programa “Cidades e Soluções”, da GloboNews.
A Margem Equatorial, considerada uma das novas fronteiras exploratórias do país, tem um potencial estimado de até 9 bilhões de barris de petróleo.
Essa área se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá e é apontada como uma das regiões com maior perspectiva de exploração petrolífera no Brasil.
O tema traz divergências no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente também é a favor da pesquisa e de uma eventual exploração, assim como o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).
O núcleo ambientalista de sua equipe, liderado pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente), vê o tema com mais ressalvas por apontar riscos à preservação.
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A transição energética é o processo de substituição de fontes de energia poluentes, como petróleo e carvão, por alternativas renováveis e sustentáveis, como solar, eólica e biomassa.
ELOGIA CHINA
Haddad também elogiou a atuação da China na transição energética. Citou, como exemplos, a produção de painéis solares e veículos elétricos.
“A China está fazendo a sua transição automotiva na maior velocidade possível, comparando com qualquer país. Hoje, já produz os carros elétricos mais baratos”, declarou o ministro.
Apesar da expansão do setor, alguns especialistas veem com ceticismo a promessa de sustentabilidade dos carros elétricos. O argumento da emissão zero de gases de efeito estufa é considerado exagerado. As baterias, de grandes dimensões, dependem da extração de minerais como o lítio –feita, muitas vezes, de maneira ambientalmente insustentável.
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A China é o principal exportador de veículos elétricos do mundo e concentra parcela significativa das vendas no Brasil. Em 2024, os veículos importados do país asiático responderam por 84% do total, com valor acumulado de US$ 1,4 bilhão.
Embora consolidada no setor, é esperada uma desaceleração no mercado de veículos elétricos e híbridos chineses em 2025. Segundo a Bloomberg, as exportações da China caíram 18% em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
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