Ações dos EUA, resultados da receita da Louis Vuitton e balanço financeiro dos bancos estão entre os temas
Os futuros de ações dos EUA apontam para alta, com os mercados focados na trajetória da política tarifária do presidente Donald Trump (Republicano). A Casa Branca intensifica investigações sobre importações de produtos farmacêuticos e semicondutores, sinalizando que o governo Trump pode estar considerando tarifas para esses setores.
Bank of America (NYSE:BAC) e Citigroup (NYSE:C) são os próximos bancos a divulgar seus resultados trimestrais, enquanto a receita da LVMH decepciona as expectativas.
1. Futuros em alta
Os índices futuros dos EUA tinham ligeira alta nesta 3ª feira (15.abr.2025), enquanto investidores avaliavam os planos tarifários de Trump e aguardavam uma série de balanços corporativos.
Às 07h44 (horário de Brasília), o contrato de futuros do Dow subia 0,02%, o S&P 500 futuro avançava 0,08%, e os futuros do Nasdaq 100 tinham alta de 0,2%.
Os 3 principais índices em Wall Street subiram na sessão anterior, sustentadas pela pausa da Casa Branca nas tarifas recíprocas sobre uma série de produtos relacionados à tecnologia e comentários de Trump de que ele também estava considerando algum alívio tarifário para a indústria automobilística.
O sentimento foi reforçado por uma pesquisa do Fed (Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos) da sede de Nova York mostrando que as expectativas de médio e longo prazo para aumentos de preços estavam estáveis ou em queda — embora as estimativas de curto prazo tenham subido.
Enquanto isso, o governador do Fed, Christopher Waller, argumentou que o impacto inflacionário das tarifas pode ser transitório. Ainda assim, ele sinalizou cautela em relação às perspectivas de crescimento devido aos impostos comerciais, dizendo que eles representam “um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas”.
Os títulos do Tesouro dos EUA ganharam, com os rendimentos — que tendem a se mover inversamente aos preços — caindo entre 7-15 pontos-base em toda a curva. Uma forte venda no mercado de títulos dos EUA na semana passada, um componente-chave do sistema financeiro global, parece ter sido um dos motivos por trás da decisão de Trump de suspender temporariamente a maioria de suas tarifas elevadas para a maioria dos países por 90 dias.
2. Produtos farmacêuticos e chips
O governo Trump disse que está iniciando investigações sobre importações de produtos farmacêuticos e semicondutores, enquanto avalia se deve impor tarifas a esses setores.
De acordo com registros no Federal Register na 2ª feira (14.abr), a Casa Branca iniciou as investigações em 1º de abril e anunciou um período de comentários de 21 dias. Foi o mais recente movimento de Trump para utilizar uma medida dos EUA que permite tarifas setoriais como meio de proteger indústrias consideradas críticas para a segurança nacional.
A medida ocorre depois que uma série de produtos eletrônicos, na maioria importados da China, foram isentos das tarifas punitivas de Trump na 6ª feira (11.abr), mas autoridades sugeriram posteriormente que a ação seria temporária.
Trump fez das tarifas um dos pilares centrais de sua política nos 1º meses de seu 2º mandato, aplicando taxas agressivas tanto em aliados quanto em adversários, numa tentativa de corrigir o que ele considera práticas comerciais injustas. A tarifa média de importação cobrada pelos EUA subiu para aproximadamente 25% de 2,5% em apenas alguns meses, estimaram economistas.
3. Balanços bancários
Os investidores terão a oportunidade de analisar mais resultados dos gigantes bancários de Wall Street nesta 3ª feira (15.abr.2025).
Bank of America e Citigroup devem divulgar seus últimos lucros trimestrais, seguindo os números de vários credores esta semana.
A volatilidade impulsionada pelas tarifas nos mercados financeiros aumentou principalmente os retornos de negociação de ações em todo o setor no 1º trimestre, mas executivos alertaram que as tarifas poderiam deprimir a produção econômica mais ampla e pesar sobre as receitas nos próximos meses.
Na 2ª feira (14.abr), o CEO do Goldman Sachs (NYSE:GS), David Solomon, disse aos analistas que “a perspectiva de uma recessão aumentou com indicações crescentes de que a atividade econômica está desacelerando em todo o mundo”, acrescentando que os clientes da empresa estão preocupados com “incertezas significativas de curto e longo prazo”.
Além dos bancos, Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) será um dos primeiros grandes relatórios não financeiros a serem divulgados durante a nascente temporada de balanços do 1º trimestre, e poderá fornecer um vislumbre do possível impacto sobre o titã farmacêutico das políticas comerciais do governo Trump e do esforço para reduzir o governo federal.
4. Louis Vuitton
A LVMH (EPA:LVMH), Louis Vuitton, reportou receita do 1º trimestre abaixo das expectativas, com consumidores americanos reduzindo gastos em produtos de beleza e bebidas, enquanto a demanda na China permaneceu fraca.
As vendas durante o período de janeiro a março caíram 3%, ficando abaixo das estimativas de uma expansão de 2%, potencialmente indicando um ano difícil para o setor de luxo, já que as tarifas de Trump ameaçam a atividade econômica e o apetite de compra dos clientes.
Os recibos de depósito americanos (OTC:LVMUY) do conglomerado de moda e bebidas, cujas marcas incluem joias Bulgari e conhaque Hennessy, caíram até 7,5% depois da divulgação.
Falando aos analistas, a diretora financeira da LVMH, Cecile Cabanis, observou que as recentes tensões comerciais complicaram o ambiente operacional para o negócio, acrescentando que “os parâmetros estão mudando a cada hora”.
5. Petróleo
Depois dos preços do petróleo avançarem no início da manhã desta 3ª feira (15.abr), o petróleo bruto virou para o negativo e negociava em queda.
Às 07:42 (horário de Brasília), os futuros do Brent recuavam 0,31% para US$ 64,68 por barril. Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA tinham queda de 0,33% para US$ 61,33 por barril.
Em outros mercados, os preços do ouro ficaram abaixo do novo recorde estabelecido na 2ª feira (14.abr), enquanto o dólar americano se fortaleceu contra uma cesta de moedas e o bitcoin ganhou mais de 1%.
Com informações da Investing Brasil.
Deixe um comentário