No ano passado, evento do presidente com centrais sindicais e 9 ministros em São Paulo não reuniu nem 2.000 pessoas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve comparecer a nenhum ato do 1º de Maio depois do evento esvaziado em 2024. No ano passado, a celebração do Dia do Trabalho contou com um público de 1.635 pessoas, segundo um levantamento da USP (Universidade de São Paulo).
O ato foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena, do Corinthians, na zona leste de São Paulo. O chefe do Executivo reuniu centrais sindicais e 9 ministros. Na ocasião, deu uma bronca no ministro Márcio Macêdo, que comanda a Secretaria Geral da Presidência, órgão ligado aos movimentos. Lula classificou o ato como “mal convocado”.
“Vocês sabem que ontem eu conversei com ele [Márcio Macêdo] sobre esse ato e disse para ele: ‘Ô Márcio, o ato está mal convocado’. O ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar, mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com 1.000, com milhão, mas também se for necessário eu falo apenas com a senhora que está ali na minha frente”, declarou à época.
O ato das centrais sindicais foi patrocinado pela Petrobras, empresa estatal com ações listadas na bolsa. O Poder360 apurou que o desembolso com o evento das centrais foi de aproximadamente R$ 3 milhões. Em 2023, a estatal também bancou o evento no Dia do Trabalho.
A produtora Veredas Gestão Cultural foi a responsável pelos shows do evento. Por meio da Lei Rouanet, a empresa apresentou proposta inicial de captação no valor de R$ 6.331.737,75, mas só conseguiu R$ 250 mil. O valor, doado pela faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas (SP), custeou o evento “Festival Cultura e Direitos” na capital e em outros 19 municípios do Estado.
Ainda no evento do ano passado, Lula deu uma bola fora e fez propaganda eleitoral antecipada para o então candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol). O chefe do Executivo e o deputado federal foram condenados a pagar uma multa no valor de R$ 20.000 e R$ 15.000, respectivamente.
O Poder360 apurou que a Secretaria Geral não está à frente da organização de qualquer ato programado junto às centrais sindicais. O 1º de Maio tem uma conexão maior com o Ministério do Trabalho e Emprego, não com o Planalto.
Neste ano, a fim de não desgastar sua imagem em um possível cenário de baixa mobilização popular e às vésperas de ano eleitoral, Lula decidiu não comparecer aos atos do 1º de Maio. Será a 1ª vez neste mandato em que o petista deixará de ir aos eventos.
Para não deixar de se afastar da classe, o petista receberá as centrais em Brasília na 3ª feira (29.abr), depois de uma marcha organizada pela CUT (Centro Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Publica e Intersindical Instrumento de Luta.
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