Lar Notícias Lula sanciona Lei da Reciprocidade, aprovada em reação a Trump
Notícias

Lula sanciona Lei da Reciprocidade, aprovada em reação a Trump

O Congresso foi célere na votação da proposta e uniu governistas e a oposição em uma resposta ao tarifaço dos Estados Unidos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta 6ª feira (11.abr.2025), sem vetos, o projeto de lei que autoriza o Brasil a adotar a chamada reciprocidade tarifária e ambiental no comércio com outros países. A lei será publicada em edição regular do Diário Oficial da União.

O texto foi aprovado pela Câmara em 2 de abril, em votação simbólica, quando não há o registro individual dos votos. Antes, em 1º de abril, havia sido aprovado pelo Senado por 70 votos a favor e nenhum contra.

O Congresso foi célere na votação da proposta, em reação ao tarifaço confirmado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), em 2 de abril. A Casa Branca impôs uma tarifa recíproca de 10% sobre produtos brasileiros que entram nos EUA.

O Poder360 mostrou que Lula aguardava o envio do projeto para a sanção nesta semana. Era uma prioridade do Planalto, que esperava só que os chamados autógrafos do Congresso, um documento oficial com o texto aprovado pela Câmara e pelo Senado, fossem protocolados junto à Presidência.

O governo brasileiro tem reforçado que manterá o diálogo e a negociação com os Estados Unidos sobre o tema. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse em 3 de abril que o Planalto não pretende usar a Lei da Reciprocidade em relação às medidas anunciadas por Trump. A declaração foi dada em entrevista ao podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno.

Na 4ª feira (9.abr), Alckmin disse trabalhar para reduzir a alíquota sobre os produtos brasileiros.

TEMA UNE GOVERNO E OPOSIÇÃO

Diante da falta de um arcabouço legislativo mais robusto para enfrentar uma guerra comercial global, o governo passou a apoiar o projeto que foi relatado no Senado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro.

O texto original (PDF – 135 kB) focava na reciprocidade ambiental. Obrigava que países interessados em vender seus produtos ao Brasil cumprissem os mesmos critérios ambientais brasileiros, como na emissão de gases poluentes.

A expectativa pelo tarifaço de Trump fez o projeto ganhar força e receber modificações para incluir a reciprocidade tarifária.

Pelo texto, caberá ao Conselho Estratégico da Camex (Câmara de Comércio Exterior) decidir se adota contramedidas em diferentes esferas (restrição às importações de bens e serviços; suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual).

O projeto determina que as contramedidas “deverão ser, na medida do possível, proporcionais ao impacto econômico causado pelas ações”.

Também estabelece a realização de consultas diplomáticas coordenadas pelo Ministério das Relações Exteriores para analisar os impactos das contramedidas.

Deverão passar por consultas públicas. A Camex, no entanto, terá permissão para adotar contramedidas provisórias, de forma excepcional.



Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Líder do PDT exime Lupi e diz que pasta é alvo de “ladrões”

Mário Heringer (PDT-MG) disse que o partido pediu ao Ministério Público Federal...

Caminhão com quase uma tonelada de maconha tomba em rodovia do ES

Falha nos freios provocou acidente e revelou droga escondida em carga de...

Lupi nega ter sido omisso em fraude no INSS

Ministro da Previdência foi alertado em junho de 2023 sobre irregularidades, mas...

Caminhão com quase uma tonelada de maconha tomba em rodovia do ES

Falha nos freios provocou acidente e revelou droga escondida em carga de...