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Mind Lab expande PPPs para educação socioemocional

Co-CEO da empresa, Ivan Pereira, concedeu entrevista ao “Poder360” e defendeu o modelo como alternativa viável para melhorar o ensino no país

As PPPs (Parcerias Público-Privadas) voltadas à educação básica ganharam força no Brasil nos últimos anos, e 2024 marcou um novo recorde em número de projetos estruturados. Até recentemente restritas à construção e manutenção de prédios escolares, essas iniciativas agora se abrem a novos modelos. A Mind Lab, referência em educação socioemocional, é uma das empresas que enxergaram nesse avanço uma oportunidade para ampliar seu impacto.

“Hoje, a maioria das PPPs educacionais trata apenas da infraestrutura. Mas acreditamos que é hora de ir além: de enfrentar não só o deficit estrutural, mas o deficit de aprendizagem”, afirma Ivan Pereira, Co-CEO da Mind Lab, em entrevista ao Poder360.

Criada em 1994, a empresa tem como base uma metodologia própria que usa jogos de raciocínio e estratégias metacognitivas para desenvolver habilidades como empatia, tomada de decisão, persistência e autoconsciência. Com presença em mais de 10.000 escolas públicas e privadas e cerca de 220 mil professores formados, a Mind Lab quer agora integrar esse modelo a contratos de longo prazo com Estados e municípios, dentro da lógica das PPPs.

Mais do que tijolos e cimento

Em uma PPP tradicional, o ente público contrata a iniciativa privada para construir, manter e operar unidades escolares por até 35 anos. O contrato engloba infraestrutura física — como obras, climatização, segurança e merenda —, com pagamento mensal fixo, sem envolver a gestão pedagógica.

“A Mind Lab não substitui o professor, nem interfere no conteúdo. O que oferecemos é um complemento pedagógico baseado em evidências, em total alinhamento com a Base Nacional Comum Curricular”, explica Pereira.

Esse modelo propõe uma atuação integrada: enquanto a concessionária cuida do prédio, a Mind Lab entra com a formação continuada de professores e o fornecimento de materiais didáticos e jogos. O objetivo é criar ambientes de aprendizagem mais completos e duradouros — com suporte ao desenvolvimento de competências cognitivas, emocionais e sociais.

Evidências e impacto

A proposta não é nova, mas ganhou robustez. Segundo Pereira, diferentes pesquisas ao longo dos anos demonstraram que a metodologia da empresa tem impacto direto tanto no desempenho acadêmico quanto na convivência escolar. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o Insper e o Instituto Ayrton Senna, mostrou melhorias significativas em raciocínio lógico, metacognição e desempenho em Matemática e Português. Em 2023, escolas que aplicaram o programa MenteInovadora viram crescimento médio de 0,8 pontos no IDEB — 4 vezes acima da média nacional.

Formação de professores como eixo central

Para aplicar o programa, os professores passam por uma formação contínua e vivencial. A capacitação começa com a experiência prática dos jogos, inclui oficinas presenciais e online, e é acompanhada de mentorias pedagógicas, visitas técnicas e suporte técnico contínuo.

“A formação do professor é o coração do nosso trabalho. Ele não apenas aplica o conteúdo, mas media reflexões que ajudam o aluno a transferir o que aprendeu para sua vida”, diz Pereira.

Financiamento e expansão

Embora o custo da implementação varie conforme o tamanho da rede, número de alunos e duração do contrato, a Mind Lab afirma que o modelo é escalável e viável economicamente — especialmente em contratos de médio e longo prazo. Segundo a empresa, o escopo inclui um laboratório de jogos com mais de 500 itens, materiais para professores e estudantes, e toda a estrutura de formação e acompanhamento técnico.

Hoje, a Mind Lab atua em 17 Estados e já alcançou mais de 8 milhões de pessoas com programas de qualificação para o trabalho. O objetivo agora é consolidar sua posição como plataforma de infraestrutura social de impacto, expandindo sua atuação para novas etapas da educação, como o Ensino Médio e a EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Resistência e debate público

Pereira reconhece que ainda existe receio em torno das PPPs educacionais, especialmente quanto à possibilidade de privatização da educação pública. Mas rebate com firmeza: “As escolas continuam públicas. O Estado mantém o controle pedagógico e contratual. O que se terceiriza é a operação da infraestrutura, e não o ensino”.

A proposta da Mind Lab, segundo ele, é somar — e não substituir. “Queremos ampliar o alcance das PPPs para além do cimento. Transformar o espaço físico é necessário, mas transformar o ambiente emocional e relacional é o que realmente muda a escola.”

Com a crescente adesão de municípios e Estados ao modelo, a empresa espera que os próximos anos consolidem uma nova etapa das parcerias público-privadas na educação brasileira: uma que combine eficiência administrativa com impacto pedagógico real.



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