Em diferentes posts nas redes sociais, portugueses de raça branca estão achincalhando a direcção da sua seleção Sub-17 de futebol, pelo facto de ter seleccionado vários jovens negros, apesar do bom resultado.
Portanto, já escrevemos aqui noutra ocasião, que os resultados eleitorais que o partido Chega, de André Ventura, vem somando em Portugal, expressa bem o sentimento de um significativo número de portugueses. E há a crença de que, se o Partido Social Democrata (PSD) não concorresse às últimas eleições legislativas por via de uma coligação eleitoral, talvez o Chega seria hoje governo em Portugal, e vaticina-se que o mundo estremeceria para os estrangeiros residentes naquele país.
O nível de racismo que alguns portugueses demonstraram contra os negros que jogaram na sua seleção Sub-17 é assustador, embora a equipa tenha se sagrado campeão do Campeonato Europeu Sub-17.
Os jovens portugueses de raça negra, obviamente com ascendência africana de língua portuguesa, seleccionados para o campeonato, abrilhantaram os jogos, mas isso foi pouco para os portugueses de raça branca.
As redes sociais ficaram inundadas com insultos aos negros no geral, sem distinção de angolano, moçambicano, bissau-guineense, santomense ou cabo-verdiano.
Entre os insultos destacam-se a de uma portuguesa que refere ser “aterrador o futuro de Portugal”, sublinhando que “uma seleção cheia de pretos jamais representará” os portugueses.
“Porque é que vestiram quatro macacos com a camisola de Portugal”, questionou outro internauta. Um outro escreveu: “não vejo um português” à imagem em que aparece quatro jovens jogadores negros.
“Imagino o fedor nauseabundo, a catinga que emana daquelas carapinhas, os farelos de caspa que lentamente são expelidos daquelas cabeças de preto da Guiné, enquanto representam uma Nação que nem é a deles”, escreveu outro.
“Mas agora estamos em África”, questionou outro, depois de um internauta que igualmente questionara se Portugal era aquilo.
Portanto, vale sublinhar que já escrevemos aqui noutra ocasião, que os resultados eleitorais que o partido Chega, de André Ventura, tido por diferentes segmentos, inclusive em Portugal, de racismo e xenófobo, expressa bem o sentimento de um significativo número de portugueses. Ou seja, André Ventura e o seu partido têm sido apenas os porta-vozes da vontade do povo português.
Legalizado pelo Tribunal Constitucional em 2019, o Chega chegou a obter 1,29% dos votos das eleições daquele ano, tendo elegido um deputado. E nas eleições legislativas de 2022, aumentou significativamente a sua representação parlamentar, passando de um para 12 deputados, com 7,18% dos votos. Já nas eleições legislativas de 2024, o partido continuou a crescer, elegendo 50 deputados, quadruplicando o número de deputados em relação à legislatura anterior.
Já nas eleições deste ano de 2025, o Chega conseguiu ainda mais deputados, ultrapassando assim o histórico Partido Socialista (PS).
Como enunciado, o Chega tem feito caminho com o seu discurso tido como de ódio, racista e xenófobo, sendo que há quem, entre os políticos, que sublinha mesmo que “normalizar o Chega é normalizar a xenofobia e a violência”. Porém, apesar dessa perspectiva, o Chega é hoje uma marca bem cotada em termos de política e atracção de eleitores.
O conteúdo O assustador racismo português contra os negros que jogam na sua seleção Sub-17 aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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