Quatro anos depois do último chumbo do Tribunal Constitucional, o projecto político do resiliente (sete vidas), Abel Epalanga Chivukuvuku, viria ser legalizado, cuja anotação ocorreu no dia 7 de Setembro de 2024.
Abel Chivukuvuku, um antigo discípulo de Jonas Savimbi, líder fundador da UNITA, diplomata e antigo oficial das telecomunicações do “Galo Negro”, é um homem de retórica e congregador, embora, algumas franjas da sociedade lhe apelidem de “traidor”, mas este adjectivo não colhe nem ofusca os seus propósitos de servir Angola com o seu PRA-JA.
Os especialistas defendem que em política “nem tudo que parece é”, muitos antes da legalização da jovem formação política, todos integrantes da plataforma política Frente Patriótica Unida (FPU), até a sociedade em geral, alegavam que o não reconhecimento do então projecto político tinha a suposta mão do MPLA, por suposto medo de fortalecer a FPU, este discurso ganhou corpo e o Tribunal Constitucional foi alvo de muitas críticas.
Um mês depois, isto é, a 10 de Outubro de 2024, o Coordenador Geral da FPU, Adalberto Costa Júnior, e líder da UNITA, afirmou que a legalização do PRA-JA Servir Angola teve motivações políticas para desestabilizar a FPU, mas garantiu que a plataforma de oposição continua estável e unida.
O presidente da maior força política na oposição em Angola, reafirmou que a legalização do PRA-JA Servir Angola teve motivações políticas, alegadamente para desestabilizar a Frente Patriótica Unida (FPU), garantindo que a plataforma da oposição “está estável”, e dizia encarar a sua legalização com tranquilidade.
A FPU, é uma agremiação política eleitoral, que integra (va) a UNITA, Bloco Democrático, o então projecto político PRA-JA – Servir Angola, liderados por Adalberto Costa Júnior, Filomeno Vieira Lopes e Abel Epalanga Chivukuvuku, respectivamente, e alguns membros partidários como, Francisco Viana, Irina Diniz, Paulo Faria, entre outras individualidades, formando assim uma bancada parlamentar heterogenea, esta plataforma política conseguiu eleger 90 deputados, nas eleições de 2022, constituindo assim uma proeza.
Em tão pouco tempo, os quadros do PRA-JA – Servir Angola, falam de uma adesão em massa de cidadãos ao novo partido, sem descartar o ingresso de militantes de outros partidos políticos que cessam a militância nas antigas agremiações políticas onde faziam parte.
Convém sublinhar que, Abel Chivukuvuku, é um político que se sabe penetrar e estar em qualquer meio social, característica do seu antigo “mestre” Jonas Savimbi, basta fazer uma retrospectiva, quando Abel liderou a CASA-CE, era visto nos mercados informais abraçar as kitandeiras, o que lhe valeu 8 deputados e depois 16 parlamentares.
Outro elemento a ter em conta, Abel Chivukuvuku, ao aproximar-se as estruturas e sobretudo as bases da UNITA, no âmbito da FPU, não só visou reabilitar-se politicamente, mas poderá tirar algum proveito, levar consigo alguns membros e quadros do galinheiro.
Quem ouve Chivukuvuku, sente um discurso similar de Jonas Savimbi, fala perfeitamente umbundu, conhece o forte e o fraco da UNITA, esse aspecto bem explorado, poderá agigantar a sua formação política.
Ultimamente, tem surgido ataques velados entre as supostas milícias digitais atribuídas alegadamente ao ACJ com vista a atingir o AC, alegando que o Coordenador Geral do PRA-JA é ingrato com a UNITA, traidor entre outros adjectivos, afirmações essas que não são bem colhidas pelo partido de “Azul e Branco”, alguns dirigentes do também partido conhecido como o mais importante inclusivo, dizem que a UNITA é que deve agradecer ao PRA-JA e ao seu Coordenador porque a sua imagem deu mais vitalidade ao “Galo Negro” para conseguir os inéditos 90 deputados.
Afirmam também que, o PRA-JA não tem como fim os lugares no parlamento, prova disso, sete deputados ligados aquela força política abdicaram os seus lugares no hemiciclo angolano, para se dedicar exclusivamente ao partido.
O PRA-JA, está convicto que em 2027, será Governo ou fará parte do Governo, este tem sido o principal discurso da coordenação e dos quadros do “Azul e Branco”, e explicam que poderá ser Governo ou parte do mesmo, através da FPU, ou de forma isolada, também não descartam a possibilidade de formar Governo com o MPLA, caso haja convergência de ideias, por entender que a mudança tem de ser feita de forma responsável e com inclusão.
FPU
O Coordenador Geral do PRA-JA – Servir Angola, adoptou o sistema 7/7 e o 15/15 que se traduzem em realizar actividades políticas de 7 em 7 dias, geralmente aos sábados em Luanda, e 15 dias no interior do país, em contacto directo com os cidadãos, para “ver, ouvir e sentir” actividades essas, que estão suspensas por as atenções estarem viradas ao I Congresso Ordinário Constitutivo do PRA JA, que terá lugar de 19 à 22 de Maio do ano em curso.
Desde que foi legalizado, é notável o apagão da Frente Patriótica Unida, que no passado recente as três liderança mais Francisco Viana, eram vistos juntos em actividades da UNITA, do Bloco Democrático ou do PRA-JA, embora aos líderes não tenham se pronunciado a propósito, pode-se concluir que a unidade e a coesão na FPU é uma miragem.
A UNITA, reclama a paternidade da FPU, por isso defende a sua manutenção, com ou sem o PRA JA, por outro, o partido de AC defende a reformulação, alargamento e a legalização da FPU em coligação de facto e de juri, a UNITA não engole essa proposta, e pode constituir o ponto de ruptura.
Quem ficará com a Frente Patriótica Unida, UNITA ou PRA-JA?
De quem é a paternidade desta plataforma política?
Em 2019, o então líder do Bloco Democrático e professor, Justino Pinto Andrade, dizia que estava em aberto para que Abel Chivukuvuku, assumisse a liderança do BD e fosse cabeça de lista daquele partido nas eleições de 2022, uma semana depois, questionado, o político Abel Chivukuvuku, dizia que “não quero ser cabeça de lista do BD, queremos algo mais alargado”, na mesma ocasião, o então líder do BD, dizia que a coligação ou aproximação a UNITA era impensável, justificou que a ideologia do “Galo Negro” era diametralmente diferente com a do BD.
Tempos depois, o BD era visto na plataforma política liderada pela UNITA, coadjuvada por Abel Chivukuvuku, como candidato a Vice-Presidente da República, no pleito de 2022…
A UNITA afirma de forma firme que, a Frente Patriótica Unida, faz parte da estratégia do então candidato a liderança da UNITA, Adalberto Costa Júnior, que foi igualmente aprovado no último Congresso dos maninhos, pelo que, é titular da plataforma.
Conclusão
A perspectiva do PRA-JA – Servir Angola, afasta todas especulações de que essa nova força política tenha como finalidade, ocupar o segundo lugar no mosaico político angolano, porque o objectivo do partido mais jovem, é ser Governo ou fazer parte dele, e os seus dirigentes negam ficar na oposição.
Entretanto, falta saber como o PRA-JA poderá sobreviver, ou seja, é um projecto de curto ou longo prazo? Quais são os perigos e como evitar os mesmos para não desaparecer do cenário político?
Este espaço volta na próxima segunda-feira, já, com a perspectiva do I Congresso Ordinário Constitutivo e as possíveis candidaturas a liderança do PRA-JA.
Faltam 2 anos para as eleições gerais de 2027, até lá, fique connosco e nós consigo.
O conteúdo O impacto do fenómeno PRA-JA Servir Angola no cenário político nacional aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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