O especialista em relações internacionais Adalberto Malú disse que a “proposta do Conselho de Ministros do Mali que aprovou um projecto de lei a propor que o líder da junta militar, general Assimi Goita, seja nomeado Presidente durante pelo menos cinco anos, sem eleições, configura um retrocesso democrático grave no contexto da África Ocidental e pode levar a implicações geopolíticas profundas”.
De acordo com informações a medida aprovada esta quarta-feira, 11, prevê a concessão “ao chefe de Estado de um mandato renovável de cinco anos a partir de 2025”, anunciou em comunicado o Conselho de Ministros, que se reúne semanalmente e é liderado pelo presidente.
O texto deverá agora ser examinado pelo Conselho Nacional de Transição, o órgão legislativo instituído pela junta depois de ter tomado o poder.
O projecto de lei reforça o controlo do regime sobre o país.
Para o especialista Adalberto Malú esta decisão pode provocar novas sanções ou isolamento político do próprio Mali tal como aconteceu em ocasiões anteriores.
O especialista em relações internacionais afirma ainda que “a consolidação de Goita à margem de um processo eleitoral tenderá a acentuar a mudança do eixo estratégico, afastando o país das normas democráticas e do multilateralismo liberal”.
Adalberto Malú antevê o agravamento das tensões políticas e sociais e o alimento da resistência civil.
A junta liderada por Goita está no poder desde dois golpes de Estado, em 2020 e 2021, e não cumpriu o compromisso que tinha assumido de ceder o lugar a civis eleitos, até Março de 2024.
O conteúdo Permanência da junta militar no Mali pode provocar tensão política, diz especialista aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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