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PIB pode cair até 16% com o fim da jornada 6 X 1, diz estudo

Análise indica que a medida, em discussão no Congresso, pode levar ao fim de até 18 milhões de postos de trabalho no país

A aprovação do fim da jornada de trabalho 6 X 1 pode impactar fortemente a economia brasileira. Estudo elaborado pela FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) mostra que a alteração pode comprometer até 16% do PIB (Produto Interno Bruto). A entidade fala ainda no aumento no desemprego e queda na massa salarial.

A proposta está em análise no Congresso. Segundo a FIEMG, essa mudança na jornada de trabalho representa um “cenário de aumento de custos para as empresas, perda de competitividade, elevação da informalidade e um potencial fechamento de até 18 milhões de postos de trabalho no país”.

Foram analisados 2 cenários. No 1º deles, considerou-se a redução da carga horária contratada para até 40 horas semanais, sem ganhos de produtividade. A FIEMG destacou que, no Brasil, 64% da população empregada no mercado formal possui jornada contratual de 41 a 44 horas semanais.

Segundo o estudo (íntegra – PDF – 978 kB), o país perderia até 18 milhões de empregos e teria uma redução de até R$ 480 bilhões na massa salarial.

Isso porque a diminuição das horas de trabalho impactaria diretamente a produção e o número de postos de trabalho disponíveis.

No 2º cenário, com aumento de 1% na produtividade, as perdas de empregos podem chegar a 16 milhões, com impacto negativo de R$ 428 bilhões na renda dos trabalhadores.

Conforme o levantamento, a redução da jornada sem o correspondente aumento da produtividade pode comprometer de 14,2% a 16% do PIB nacional, com uma queda de R$ 2,6 trilhões a R$ 2,9 trilhões no faturamento dos setores produtivos.

Antes de discutir a redução da jornada de trabalho, o Brasil precisa enfrentar o seu maior desafio: a baixa produtividade. O trabalhador brasileiro produz, em média, apenas 23% do que um trabalhador dos Estados Unidos. Reduzir o tempo de trabalho sem elevar a produtividade é uma conta que não fecha e coloca em risco milhões de empregos”, disse o economista-chefe da FIEMG, João Gabriel Pio.

Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, citou que o aumento do custo do trabalho tende a ser repassado para os consumidores –o que pode impactar a inflação e atingir de forma especial os pequenos negócios.

Imagine um restaurante que funciona com 2 garçons. Se a jornada for reduzida, o dono do estabelecimento precisará contratar mais 1 garçom para manter o funcionamento. Esse custo a mais inevitavelmente será repassado para o preço da comida que chega à mesa do cliente”, afirmou.

A experiência internacional mostra que a redução da jornada precisa ser acompanhada de ganhos reais de produtividade. Mesmo em países ricos, como a França, a redução da carga horária de 39 para 35 horas não trouxe os resultados esperados e gerou perda de competitividade”, disse.

Além das perdas econômicas, o estudo fala sobre o possível aumento da informalidade. De acordo com a FIEMG, muitas empresas terão dificuldades para arcar com o aumento dos custos trabalhistas e devem recorrer a contratações informais.

Leia mais:

Coalizão de frentes se reunirá para debater PEC da escala 6 X 1



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