O conhecido mercado do 4, no famoso Kassetecentos, província de Benguela, que para além de vender produtos diversos, era até então tido como um local de busca de satisfação sexual por alguns, outros tinham o local como a principal fonte de rendimento e outros como um lugar “sagrado” para desanuviar após frustrações do dia-a-dia.
Segundo uma nota que o Correio da Kianda teve acesso foi dada uma ordem que dava conta do encerramento do local, por razões ainda não apuradas.
Entretanto, esta decisão está a ser vista por várias mulheres e homens profissionais do sexo que frequentam o lugar rigorosamente, como um grande golpe as suas terapias.
Um cidadão, que falou na qualidade de anonimato, confessou que muitas vezes, mesmo com a mulher em casa, prefere pagar entre 1500 a 1000 kwanzas, em profissionais do sexo para ver resolvida a sua vontade sexual, pois para ele, se a mulher de casa rejeita o sexo, “o certo é anular o dinheiro da alimentação em casa, e levar para as mulheres do 4 para mais uma noite de aventuras”.
Uma profissional do sexo que trabalha naquele Mercado, apresentou a mesma opinião e foi mais além, para esta profissional, que também preferiu o anonimato, o certo é legalizar a prostituição no país e, particularmente, naquele lugar para que exerça de forma livre a sua actividade.
“Estamos cansadas, queremos legalizar isso, queremos trabalhar, um local como este requer a presença de mulher, bebida é bom como mulher”, esclareceu.
Estes profissionais decidiram falar na condição de anonimato. Para esta segunda mulher, este trabalho tem ajudado muitos homens. Ela confessou que dentre os clientes, estão alguns policiais que frequentam o local com regularidade.
“Nós estamos ajudar muitas pessoas, até os polícias vem fazer aqui o movimento deles”, revelou.
Diminuição do poder de compra
Em reacção, o sociólogo Agostinho Paulo, sustentou que os casos de prostituição em Angola tendem a aumentar. Devido o elevado custo de vida, muitas famílias perderam a capacidade de trabalhar e sustentar os seus filhos. Para contrapor a realidade, as mulheres e homens recorrem as práticas sexuais para devolver algum poder de compra no seio das famílias.
O sociólogo desaconselhou as pessoas a seguirem este caminho devido as doenças sexualmente transmissíveis com maior incidência VIH, Gonorreia, entre outras. Tais práticas também aumentam o elevado número de gravidez indesejada.
Acabar com a prostituição no país, de acordo o sociólogo, “é cometer um pecado, por configurar na história das profissões mais antigas existentes”.
Para o especialista, o Estado devia analisar os contornos que advém da prática da prostituição e o contexto que se vive, para que assim crie normas que visam regular o serviço de prostituição em Angola.
“Será que não podemos agora aceitar a realidade o estado criar normas que visam regular o serviço de prostituição em Angola?”, questionou. Agostinho sustenta que actualmente há uma aderência por parte de várias mulheres e homens e até casados, por isso, entende que o estado devia apresentar mecanismos para melhor controlar os seus praticantes por se tratar de um acto feito quase em todo país.
“Porque a maior parte dos jovens hoje são dessa vida”, assegurou.
Os números têm aumentado a cada dia que passa, por isso, o sociólogo sugeriu ao estado um olhar de forma atenta a este fenómeno, a fim de criar mecanismo para o uso racional.
Caso for banir esta prática, o executivo deve criar politicas que visam dar a esses profissionais outra fonte de rendimento para que haja remuneração de forma condigna.
“Fecharam o mercado do 4, as senhoras que tinham como única forma de sobrevivência estão desempregadas, significa que as famílias estão sem comida”, vincou.
Para Agostinho, a legalização é a melhor via para sugerir ao Estado.
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