O académico angolano, Pedro Ivanov, lançou na última quinta-feira, 29, no Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), o livro Síndrome de Burnout, que aborda os tipos de doenças do fórum psicológico, que os profissionais podem adquirir em ambiente laboral, devido à exposição constante a situações de pressão, assédio, entre outras.
Pedro Ivanov começou, em entrevista ao Correio da Kianda, a definir síndrome de Burnout como o esgotamento que os profissionais sofrem no decurso do trabalho, que é abordado na sua obra não apenas do lado científico, mas também de situações de pessoas que realmente tiveram esse tipo de doença durante o tempo que tiveram a trabalhar.
“O que eu trago é conceitos, trago soluções, trago estratégias para que as pessoas, além de trabalharem, de estarem a desenvolver o seu trabalho na questão laboral, possam entender realmente que precisam desacelerar, precisam reflectir, precisam enquadrar entre a vida pessoal e a vida profissional, mas acima de tudo entender que trabalho nem sempre nos dá saúde”, disse, sublinhando que “há trabalhos que matam”.
Quando questionado sobre os tipos de problemas de saúde que o trabalho pode trazer para o pessoal, o também teólogo apontou vários, como a gastrite, falta de apetite, insónia, até “podemos também ter problemas cardiovasculares”.
“No entanto, as empresas precisam hoje estar a velar por isso, porque a lei já ajuda realmente quem está com problemas ocupacionais”, disse, acrescentando que a Organização Mundial da Saúde demorou anos para determinar o Burnout como uma doença ocupacional.
Em termos de soluções, o autor refere que sua obra apresenta várias possibilidades. “Uma delas é a questão das pessoas afastarem-se um pouco das actividades laborais sempre que se sentirem esgotadas, procurarem recuperar-se, recorrendo a especialistas como psicólogos e psiquiatras para “poderem tratar isso”.
Entretanto, adverte que “acima de tudo as empresas precisam estar abalizadas sobre isso. Por isso é que precisamos ter um ambiente de trabalho totalmente sádico”.
Pedro Ivanov referiu ainda que os profissionais que trabalham sob muita pressão do trabalho, principalmente aqueles que têm pouco domínio da área em que trabalham, ou as que auferem rendimentos baixos, bem como as vítimas de assédio no local de trabalho, são as mais propensas a desenvolver a síndrome de Burnout.
O académico disse ainda que o livro reserva também uma abordagem para os líderes religiosos e do meio social, como factores que contribuem para o desenvolvimento desta patologia.
“Então qualquer um que ler um livro realmente vai dar conta de que precisamos hoje, além de produzir, precisamos reduzir a maneira como trabalhamos, porque estamos muito acelerados e não estamos a produzir muito”, referiu.
Desafiado a olhar para a realidade prática de Angola, o autor disse que “se você olhar para as pessoas, o nível de estresse laboral são muitos, são vários, há pessoas que nem sabem que têm, porque isso também causa isolamento, você tem o burnout e você acaba por se isolar, não, o colega deixou de estar aqui vir trabalhar e o resto, mas não sabem o porquê”.
Para melhor elucidar exemplifica um cidadão trabalhador, mas que fica dois ou mais meses sem receber o salário a que tem direito.
“Essa pessoa tem esgotamento, vai ter esgotamento mental, mas não pode largar o serviço, em função da demanda e da conjuntura social que realmente a pessoa vive”, e por isso desenvolve a síndrome.
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