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Que futuro o povo eleitor dará a Chivukuvuku em 2027?

Abel Chivukuvuku foi eleito nessa segunda-feira, 19, o primeiro presidente do PRA-JA Servir Angola, com 661 votos a favor e onze contra a favor de seu adversário, num total de 675 votantes, no congresso constitutivo da organização. Entretanto, para frente está o desafio eleitoral de 2027, cujos indicadores apontam que o PRA-JA não mais há-de participar nas eleições sob o manto da UNITA, no âmbito da FPU – um facto que tem gerado imensas dúvidas sobre Abel Chivukuvuku, levantando inclusive suspeições de que esteja ao serviço de João Lourenço e do MPLA. Ainda contra Chivukuvuku está a questão da idade, que visivelmente não lhe tem perdoado na questão física. Portanto, são vários constrangimentos que devem ser superados, mas poderá o antigo delfim de Jonas Savimbi sair-se bem como a exemplo de 2012 e 2017 (na CASA-CE); bem como em 2022, em que concorreu a vice-Presidente da República, pela lista da UNITA?

Nas democracias, cabe ao povo decidir sobre o futuro de cada organização política. Embora não tenha causado junto da sociedade angolana o mesmo entusiasmo de 2012, altura em que anunciou a criação da CASA-CE e a consequente participação das eleições, Abel Chivukuvuku acaba de assumir formalmente a liderança de uma formação política, o PRA-JA Servir Angola, num contexto totalmente diferente em comparação a 2012.

O seu congresso constitutivo passou ao lado de muitos angolanos, que esperam um bloco único da oposição, numa dimensão um pouco maior em relação a 2022, mas com a participação de Abel Chivukuvuku e o seu PRA-JA. Muitos dos cidadãos que almejam a concepção ou a manutenção do bloco da oposição já existente (FPU), não querem nem só ouvir falar nos constrangimentos que o PRA-JA e o Bloco Democrático (BD) enfrentam em voltar a participar nas eleições atrelados à UNITA como foi em 2022.

Desejam somente que o trio (Adalberto, Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes) repita a fórmula: BD e PRA-JA dentro das listas de deputados da UNITA, tendo Adalberto Costa Júnior como cabeça de lista, e Abel Chivukuvuku o vice. Os constrangimentos de que a UNITA se recusa a aceitar elevar a FPU para uma Coligação Eleitoral formal, que exigiria do partido a participação nas eleições sem os seus símbolos e bandeira, mas a adopção de uma outra que viria a ser aprovada como a bandeira da Coligação, pouco ou nada significa para esse segmento populacional que exige um bloco único da oposição.

E o facto de Abel Chivukuvuku, diferente de Filomeno Vieira Lopes, já ter demonstrado embora que de forma implícita, de que não alinha a essa caminhada, está a levar muitos cidadãos, a tomá-lo como que estando ao serviço de João Lourenço e do MPLA.

Além desse facto, contra Chivukuvuku, também joga a questão da idade (67 anos), que, visivelmente, ‘roubou-lhe’ parte da ‘elegância política’, essencial para o marketing político, bem como o vigor. Portanto, são vários os constrangimentos que o antigo delfim de Jonas Savimbi deverá superar.

A Chivukuvuku se lhe conhece a vontade, a resiliência e determinação – factores que o levaram a suportar e a contornar os sucessivos chumbos do Tribunal Constitucional na legalização do PRA-JA.

A exemplo de líderes excepcionais, Abel Chivukuvuku é dos poucos políticos que usa de seus bens para suportar a política, investe muito de si, e isso é-lhe reconhecido inclusive pelos seus adversários.

O seu empenho e aceitação política junto da população angolana elevou a CASA-CE para patamares extraordinários em pouco tempo de existência, tendo a sua importância tornando-se evidente com o seu afastamento da organização, que significou igualmente na perda de relevância política da CASA-CE, que acabou por perder, logo no primeiro pleito eleitoral sem a liderança de Chivukuvuku, todos os 16 assentos que tinha na Assembleia Nacional.

Com a perda de todos os deputados, a CASA-CE perdeu igualmente a capacidade financeira, dado que tinha como principal fonte de rendimento o Orçamento Geral do Estado. Sem capacidade financeira, a Coligação não só largou o imponente edifício que usava como sede nacional, sito no centro da cidade, face à incapacidade de continuar a pagar o arrendamento, como também anulou o conceito de sede nacional. Ou seja, a organização deixou de ter uma sede nacional, além da ameaça de saída de alguns partidos que a compõem.

Portanto, então sem partido formal, dado que o tribunal chumbava todas as tentativas de legalização do PRA-JA, Abel Chivukuvuku juntou-se à UNITA, participando na sua lista como vice-Presidente da República, uma união que acabou por elevar a UNITA para resultados eleitorais nunca antes visto desde a fundação de Angola como um Estado Democrático e de Direito.

A UNITA elegeu 90 deputados. E muitos cidadãos, como se pode ver nas diferentes manifestações nas redes sociais, manifestam o desejo de a UNITA vir a aumentar estes resultados. Por outro lado, esses jovens temem que Abel Chivukuvuku e o seu PRA-JA atrapalhem esse objectivo, face aos indicadores de que não deverá realinhar à FPU.

É caso para se questionar, entretanto, que futuro o povo eleitor deverá reservar a Abel Chivukuvuku…

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