Medida permite que veículos de comunicação recebam investimentos importantes; segundo o governo, percentual baixo garante pluralidade da mídia britânica
O governo do Reino Unido anunciou nesta 5ª feira (15.mai.2025) que vai permitir que fundos de investimento estatais controlem até 15% de jornais locais.
A medida tem como objetivo permitir que as empresas de comunicação tenham acesso a investimentos, segundo a secretária de Cultura, Lisa Nandy. O percentual baixo permitido, porém, “protege a pluralidade” da mídia britânica.
“Essas importantes reformas de modernização vêm para proteger a pluralidade da mídia e refletir a mudança na maneira na qual o público consome notícias. Estamos garantindo totalmente a proteção da nossa imprensa de controle estatal estrangeiro, enquanto reconhecemos que empresas de comunicação precisam levantar fundos vitais”, disse Nandy.
O governo britânico informou que vai expandir seus poderes sobre investigações de fusões de empresas de mídia, para garantir que sites e revistas de notícias sejam incluídos.
A nova determinação permitirá também a resolução acerca do controle do The Telegraph, um dos principais veículos de notícias do Reino Unido.
O Partido Conservador, que tem como líder o ex-primeiro-ministro Rishi Sunak, havia banido, em 2024, a participação estatal estrangeira em veículos de mídia britânicos. Isso impediu que o grupo RedBird, controlado pelo ex-presidente da CNN Jeff Zucker e cuja maioria do investimento é proveniente de Abu Dhabi, comandasse o Telegraph.
O grupo RedBird havia tomado controle do Telegraph em 2023, depois de a empresa controladora do jornal britânico, a B.UK, decidir vendê-lo para pagar dívidas na casa de 1,2 bilhão de euros.
Nas eleições para o Parlamento Britânico de 2024, o Partido Conservador de Sunak foi derrotado pelo Partido Trabalhista, de centro-esquerda, que conquistou 410 das 650 cadeiras. Com isso, ultrapassou a maioria absoluta de 326 assentos necessários para indicar o primeiro-ministro. Keir Starmer, de 61 anos, líder dos Trabalhistas, assumiu o cargo de premiê.
Antes disso, porém, o grupo RedBird se viu obrigado a vender o Telegraph. A revista The Spectator, que integra o rol de veículos de mídia do Telegraph Media Group, foi vendida, mas o jornal britânico ainda não encontrou um comprador.
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