Ah, os gloriosos subsídios de isolamento das zonas recônditas! A verdadeira chave para a transformação do panorama educacional nas nossas zonas mais remotas. Quem diria que um simples incentivo financeiro poderia inverter um ciclo de desejos insaciáveis de transferências para as capitais provinciais? Uma verdadeira revolução, sem dúvida!
Na reunião de quarta-feira, 23 de Abril, o director do liceu nos Gambos soltou a bomba: o processo de pedidos de transferências está prestes a começar, mas, como num passe de mágica, o ambiente de silêncio foi absoluto. Não era para menos! Afinal, os professores antes tão ansiosos por se mudarem para as capitais, para “melhorar a qualidade de vida” (entenda-se como “fugir das zonas recônditas”), agora se viram esmagados pelo peso do subsídio. Sim, aquele famoso subsídio que, ao que parece, consegue tornar as zonas mais afastadas da civilização, tão atraentes quanto as capitais, mas com um detalhe essencial: o bolso agradece!
Lembremos que, no passado, sem essa “gracinha” de subsídio, todos pareciam mais do que dispostos a enfrentar os desafios das zonas recônditas. Mas, oh, como as coisas mudam quando o dinheiro entra em cena! Agora, em vez de batalhas intermináveis por vagas nas capitais, os professores parecem estar a reconsiderar sua avidez pela “grande cidade”. E quem pode culpá-los? Quem precisa de transferências quando o subsídio de isolamento faz com que os desafios logísticos, de acesso e infraestrutura das zonas mais distantes sejam compensados de forma tão… generosa?
Portanto, o que era uma maré de transferências para as capitais agora virou um grande deserto de pedidos. Não é surpreendente, claro. Afinal, com tantos incentivos monetários, quem vai querer trocar o sossego do interior pela agitação e os desafios de viver na capital? O subsídio não só mantém os professores nas zonas recônditas, mas também cria um paradoxo: o que antes parecia uma fuga, agora é uma opção mais que viável.
E assim, a magia dos subsídios de isolamento se torna o verdadeiro herói da nossa história, barrando a ambição de transferências e, quem sabe, salvando as zonas recônditas de um destino de abandono total. Só mesmo com esse tipo de “estratégia”, é que conseguimos garantir que, em vez de deserto de profissionais, o interior floresça de forma surpreendente. Que maravilhoso exemplo de governança e planeamento!
*Texto inspirado na publicação do Dr. Longa Paquete Wassuluvala Wassuluvala no Facebook.
O conteúdo Subsídio milagroso: como um bônus calou a fuga em massa dos professores das zonas recônditas! aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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