Lar África Terroristas continuam a matar na Nigéria, mas sem valor noticioso para a grande media
ÁfricaAngolaInternacionalÚltimas notícias

Terroristas continuam a matar na Nigéria, mas sem valor noticioso para a grande media

Relatório de especialistas da Nextier SPD refere que mais de 100 militares e 200 civis foram mortos por insurgentes do Boko Haram na Nigéria nas últimas cinco semanas, além das mortes feitas pelo grupo ISWAP. Entretanto, de acordo com o ‘Vanguard’, estudiosos concluem que o aumento de jovens aderentes a grupos terroristas está em parte relacionado com pela pobreza, pelo desemprego juvenil e pelo acesso precário à educação e aos serviços, situações que acabam por tornar o país num “terreno fértil para a radicalização”.

Terroristas continuam a matar na Nigéria. Na semana passada, jihadistas do Boko Haram mataram mais de 17 pescadores e agricultores na vila de Malam Karanti, perto de Baga, no governo local de Kukawa, no estado de Borno, por alegadamente terem apoiado” o Estado Islâmico na província da África Ocidental, ISWAP”.

Fontes indicam que os terroristas sequestraram um elevado número de pessoas, pelo que se desconhece o número exacto.

“O Boko Haram acredita que pescadores e agricultores ao redor do lago apoiam o ISWAP, que é mais tolerante com eles — embora também matem pescadores e agricultores quando isso lhes convém”, disse um líder de uma milícia em operações antijihadistas, citado pela imprensa local.

Ou seja, quer o Boko Haram, quer os ISWAP, têm executado pescadores e agricultores, por suspeitarem que estes homens têm passado informações de suas posições às autoridades. Por exemplo, em Janeiro deste ano, os ISWAP mataram pelo menos 40 agricultores na comunidade de Dumba, também às margens do Lago Chade, por invadirem seu território para cultivar sem a permissão do grupo armado.

E no mês passado, o Boko Haram matou 14 agricultores em um ataque a terras agrícolas nos arredores da cidade de Pulka, no estado de Borno, perto da fronteira com Camarões.

Enquanto os homens adultos são assassinados, os jovens e adolescentes são levados para recrutamento, as mulheres são violadas, e igualmente mortas a seguir, embora outras, com um pouco mais de sorte, são levadas e tomadas como esposas.

Um relatório do Nextier SPD Policy Weekly, intitulado “Repensando a estratégia de contrainsurgência da Nigéria: as consequências do ressurgimento do Boko Haram”, escrito por Ndu Nwokolo, sócio-gerente da Nextier e membro honorário da Escola de Governo da Universidade de Birmingham, Reino Unido, e pesquisador visitante do Nathanson Centre on Transnational Human Rights, Crime and Security, York University Canadá; e por Chibuike Njoku, consultor associado da Nextier, pesquisador sénior do Institute of Advance Studies, Ile-Ife, e pesquisador sénior do Institute Francais De Recherche en Afrique (IFRA-Nigéria), indica que a insurgência, só a do Boko Haram, fez mais de 100 mortes entre militares, e cerca de 200 mortes de civis, em apenas cinco semanas.

Os estudiosos contabilizaram, entretanto, ter havido, só de Novembro de 2024 a Abril deste ano, mais de 252 ataques terroristas na Nigéria.

Ndu Nwokolo e Chibuike Njoku examinaram a actual estratégia de contrainsurgência, analisaram a dinâmica evolutiva da insurgência e propuseram uma estrutura abrangente que integra esforços militares com reformas de governança, diálogo inclusivo e revitalização socioeconómica.

“O ressurgimento é ainda mais caracterizado pela diversificação tática: os grupos faccionais do Boko Haram, Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad, JAS, e Estado Islâmico da Província da África Ocidental, ISWAP, aumentaram o uso de dispositivos explosivos improvisados ​​(IEDs), lançaram emboscadas em comboios militares e executaram ataques em campos de deslocados internos (IDP) e comunidades agrícolas”, sublinharam os estudiosos, que referem igualmente que, o aumento de jovens aderentes a grupos terroristas está em parte relacionado com pela pobreza, pelo desemprego juvenil e pelo acesso precário à educação e aos serviços.

Porém, apesar da dimensão da matança, a situação da Nigéria, mas também a da República Democrática do Congo (RDC), do Sudão, e da República Centro Africana (RCA) não consta da agenda da grande media internacional.

Todos os dias, a grande media traz ao público a actualização do desenvolvimento da guerra de invasão da Rússia contra a Ucrânia, bem como de Israel e o Hamas, conflito este que envolve o Irão, o Hezbollah, do Líbano, bem como os Houthis, do Iémen.

Tem sido também notícia em grandes canais de televisão e rádio do mundo as tarifas que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem aplicado a outros países.

Vale sublinhar que, a media tem em parte servido para que determinadas situações façam parte da agenda dos organismos internacionais, como o G20, G7, BRICS, e a Organização das Nações Unidas (ONU). Portanto, os assuntos não ou pouco reportados na grande media, acabam por ser negligenciados, dado que não tem impacto no sentido emocional dos decisores mundiais.

Estudiosos africanos têm lembrado ao mundo que, de África sai a matéria-prima para os microchips, elementos usados para a produção de televisores, telemóveis. Ou seja, de todos os equipamentos electrónicos, portanto, sublinham, seria ideal que os assuntos africanos fizessem parte da agenda internacional, sendo que tal significaria acesso com segurança a esses meios.

O conteúdo Terroristas continuam a matar na Nigéria, mas sem valor noticioso para a grande media aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Caixa começa a pagar Bolsa Família de maio

A Caixa Econômica Federal começa a pagar a parcela de maio do...

“Portugueses não querem mais eleições antecipadas”, diz Montenegro

O presidente do PSD Luís Montenegro, sublinhou no discurso de vitória que...

João Lourenço participa na 78.ª da OMS

O Presidente da República e da União Africana, João Lourenço, discursará em...

Petro de Luanda soma 19 títulos do girabola

O Petro de Luanda, continua a liderar o leque de conquistas do...