Trump encontra ex-rebelde que governa a Síria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), teve um encontro com o mandatário da Síria, Ahmad al-Sharaa, nesta 4ª feira (14.mai.2025), na Arábia Saudita. A reunião bilateral reforça a legitimidade de al-Sharaa, líder rebelde que assumiu a presidência do país com a queda de Bashar al-Assad.

Segundo o jornal norte-americano New York Times, que obteve informações de um funcionário da Casa Branca, a conversa durou 33 minutos.

Assista a vídeo do encontro (18s):

#عاجل | لقاء يجمع #ولي_العهد الأمير محمد بن سلمان والرئيس الأميركي دونالد #ترمب والرئيس السوري أحمد الشرع#الإخبارية pic.twitter.com/EU0LvebAJi

— قناة الإخبارية (@alekhbariyatv) May 14, 2025

Embora poucos detalhes sobre o conteúdo da reunião tenham sido divulgados, deve representar uma mudança nas relações diplomáticas. Al-Sharaa chegou a comandar uma ramificação da Al-Qaeda antes de romper com o grupo jihadista e procurar moderar sua imagem.

Durante meses, o governo Trump manteve distância do governo do ex-rebelde, pois havia incertezas quanto às intenções de al-Sharaa.

A conversa se deu 1 dia depois de o republicano anunciar a suspensão das sanções contra a Síria e antes de participar na cúpula com líderes de 6 países árabes do Conselho de Cooperação do Golfo.

Os EUA também exigiram que a Síria adotasse medidas relacionadas ao contraterrorismo, algumas das quais o governo de al-Sharaa começou a implementar.

Desde que a aliança rebelde liderada por al-Sharaa, o HTS (Hayat Tahrir al-Sham), derrubou Assad em dezembro de 2024, o governo tem trabalhado para eliminar as sanções internacionais contra o país.

O encontro com al-Sharaa foi em Riade, capital saudita, durante a 1ª grande viagem internacional de Trump em seu 2º mandato, uma visita de 4 dias ao Oriente Médio. O 1º dia da viagem foi dedicado principalmente a acordos comerciais, incluindo equipamentos de defesa e infraestrutura voltada à inteligência artificial.

SUSPENSÃO DAS SANÇÕES

O anúncio do fim das sanções contra a Síria se deu na presença de autoridades da Arábia Saudita, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Trump disse que tomou a medida para que o novo governo sírio possa “brilhar” depois da deposição de Assad.

“Estamos retirando todas as sanções, e eles vão ter [brilho], acho que vão ter, com base no povo, no espírito e em tudo mais que tenho ouvido. Então eu digo: boa sorte, Síria. Mostrem algo muito especial, como fizeram, francamente, na Arábia Saudita”, disse Trump, no fórum de investimentos entre Arábia Saudita e EUA.

O governo norte-americano aplica restrições à Síria desde 1979 – quando o país foi incluído na lista de patrocinadores do “terrorismo” –, mas os protestos da Primavera Árabe, que escalaram para uma guerra civil de mais de uma década, intensificaram as sanções.

Proibir importação de petróleo sírio, restringir trocas comerciais com empresas locais e congelar ativos de autoridades do país nos EUA foram parte das ações contra o regime de Assad.

“As sanções foram brutais e devastadoras e cumpriram uma função importante na época. Mas agora é a vez deles brilharem”, disse Trump, que foi aplaudido de pé pelo príncipe saudita e pelos convidados do fórum.

Leia mais: