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Trump leva bilionários à Arábia para alavancar investimentos

Musk, Zuckerberg e executivos da Boeing e da BlackRock acompanham o republicano em viagem que pode render US$ 1 tri aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), partiu nesta semana para a 1ª missão internacional desde que retornou à Casa Branca. A viagem tem paradas na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes e no Qatar. Na pauta estão investimentos dos países do Golfo Pérsico em empresas norte-americanas e negociações para um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas.

Além da comitiva política, Trump está acompanhado de empresários norte-americanos. Além de Elon Musk, diretor do Doge (Departamento de Eficiência Governamental) e dono da Tesla, devem acompanhar o presidente Sam Altman (CEO da OpenAI), Mark Zuckerberg (CEO da Meta), Larry Fink (CEO da BlackRock), Kelly Ortberg (CEO da Boeing), entre outros.

O fato comum entre essas empresas são negócios em ascensão no Oriente Médio, especialmente na Arábia Saudita. Trump e os executivos participam na 3ª feira (13.mai.2025) do Saudi-US Investment Forum, apelidado de “Maga (Make America Great Again) do deserto”. O evento é uma oportunidade de as empresas avançarem em acordos na região com um empurrãozinho do republicano.

A Tesla é uma das companhias que tenta acelerar sua presença no Golfo Pérsico. A montadora de carros elétricos começou somente em abril deste ano a vender seus carros em solo saudita. A companhia já tinha operações em países vizinhos, mas ainda engatinha na maior economia da região.

Musk também quer aproveitar a entrada no mercado saudita para alavancar as vendas da picape Cybertruck, que vendeu apenas 6.406 unidades no 1º trimestre. O país cuja economia é movida pelo petróleo, contudo, é um dos menores mercados para carros elétricos. Em 2024, só 1% dos veículos negociados não eram movidos à combustão. E a oferta de postos de reabastecimento ainda é mínima.

A gestora de investimentos BlackRock, autorizada a operar no país árabe em novembro de 2024, agora quer voos mais altos. A líder global do setor fechou um acordo com a monarquia saudita para receber US$ 5 bilhões do fundo de investimentos da coroa.

Já a Boeing é quem tem maior urgência. Com a suspensão das entregas à China por causa da guerra tarifária de Trump, a fabricante de aviões de Washington visa acordos com empresas do Oriente Médio para tapar o buraco. Resta a dúvida se o negócio com Pequim será retomado depois de Trump fechar um acordo para suspensão das taxas na 2ª feira (12.mai).

A Riyadh Air, futura companhia aérea saudita que deve começar a operar voos em 2025, planeja adquirir os jatos que tinham como destino a China. Somariam-se aos 72 comprados em 2023. A Casa Branca conseguiu investimento similar quando fechou acordo comercial com o Reino Unido. Na ocasião, a British Airways fechou a compra de 71 aviões da Boeing.

Mais empresas que pretendem estreitar as relações com a monarquia de Mohammed bin Salman incluem o Citigroup, que recebeu licença para uma sede na região em novembro, e a ScaleAI, startup apoiada pela Amazon, de Jeff Bezos, que planeja abrir um escritório na Arábia Saudita até o fim deste ano, segundo a Bloomberg.

EUA & ORIENTE MÉDIO

Em janeiro, o governo saudita já havia anunciado investimento de US$ 600 bilhões nos EUA ao longo dos próximos 4 anos. Logo depois, os Emirados Árabes se comprometeram com US$ 1,4 bilhão por 10 anos. Trump agora espera mais US$ 1 trilhão da monarquia chefiada por bin Salman.

Segundo o Financial Times, o Qatar é o próximo na fila e deve anunciar investimento de “centenas de bilhões de dólares”. Doha já presenteou os EUA com um Boeing 747 que servirá como novo Air Force One –avião presidencial norte-americano.

Ainda de acordo com o jornal britânico, o maior desejo de Trump na ida à Riad era conseguir um acordo para normalização das relações entre Arábia Saudita e Israel. O sucesso é improvável. A guerra de mais de 1 ano e meio na Faixa de Gaza afasta essa possibilidade.

Em seu 1º mandato, Trump conseguiu embarcar 4 países árabes (Bahrein, Emirados Árabes, Marrocos e Sudão) na assinatura dos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações com Tel Aviv. O governo Biden tentou dar seguimento às tratativas com os sauditas, mas esbarrou na questão palestina.

Se o presidente norte-americano conseguir retornar do Golfo Pérsico com este acordo será uma importante vitória para o governo do republicano. E deve abrir espaço para um tratado de cessar-fogo mais robusto em Gaza.



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