O XIV Congresso Ordinário da UNITA deverá ocorrer, de acordo com uma deliberação da Comissão Política, apenas na segunda quinzena deste ano, mas campanha eleitoral parece já ter começado, sendo que alguns militantes não se têm coibido através das redes sociais, de fazer críticas e pedir o voto contra a Adalberto Costa Júnior, como também há vários outros militantes que apelam pela manutenção do presidente.
A nota tornada pública pela Comissão Política da UNITA, órgão que reuniu seus membros no passado dia 24 deste mês, não espelha uma data especifica para a realização do tão esperado conclave electivo, mas os adeptos e os contra Adalberto Costa Júnior, entre militantes da UNITA e activistas sociais, já travam uma batalha campal nas redes sociais.
Em diferentes posts da rede social Facebook, fala-se haver a necessidade de não se permitir mais um mandato a Adalberto Costa Júnior, a quem se acusa de ter agudizado as divisões internas na UNITA, e de já não ter nada para oferecer, tendo em conta que a sua estratégia consubstanciada na FPU, acaba por enfraquecer o partido face à nova realidade de rotura com um dos mais importantes membros, no caso o PRA-JA.
Outros defendem mesmo o regresso de Isaías Samakuva, este que liderou a UNITA por quase duas décadas, tendo num primeiro embate eleitoral conseguido eleger apenas 16 deputados, 32 no segundo pleito eleitoral, e 51 na última eleição em que liderou a UNITA, precisamente em 2017.
Entretanto, enquanto uns manifestam-se contrários a Adalberto Costa Júnior, há igualmente outros militantes que não veem outra solução para a UNITA o actual líder.
Apontam que a estratégia de Adalberto Costa Júnior resultou em 90 deputados para a UNITA, um número parlamentar que não foi conseguido não só por Isaías Samakuva, mas igualmente por Jonas Savimbi, o líder fundador da UNITA.
Alguns apoiadores de Adalberto dizem ter a sensação de que muitos na UNITA sentem-se confortáveis na oposição, e daí que não enxergam a dimensão do que Adalberto Costa Júnior significa para as populações alegadamente ávidas por mudanças.
Para lá dos militantes, activistas sociais também entram na equação, e estão igualmente repartidos entre os que apoiam e os que se opõem a Adalberto.
Vale sublinhar que, em 2021, quando o Tribunal Constitucional anulou o XIII congresso que havia eleito Adalberto Costa Júnior, vários activistas, se calhar a quase totalidade dos actvistas mais notáveis, manifestaram apoio e solidariedade a Adalberto Costa Júnior. Para esses activistas e militantes, que tinham Isaías Samakuva como traidor, quem não alinha-se a Adalberto era contra aquilo a que chamam de “causa”.
Alguns jornalistas que acorreram ao Sovsmo, em Viana, para a cobertura da reunião que visou decidir os passos a seguir, após a anulação do congresso, foram agredidos por activistas, pelo facto de entenderem que os jornalistas faziam parte de uma alegada agenda do MPLA que visava desacreditar Adalberto Costa Júnior.
Por decisão do tribunal, Isaías Samakuva voltou a liderar a UNITA, mas era achincalhado quase todos os dias nas redes sociais por activistas apoiantes de Adalberto. Portanto, ao que se constata, o casamento entre Costa Júnior e alguns activistas terá terminado logo após as eleições-gerais de 2022, pelo facto de o líder dos maninhos não ter correspondido ao desejo de muitos destes, que o apelavam a convocar o povo para as ruas.
O conteúdo Congresso da UNITA: Apoiantes e críticos de Adalberto Costa Júnior travam batalha campal nas redes sociais aparece primeiro em Correio da Kianda – Notícias de Angola.
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